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Para decifrar o código da necropolítica
O termo “necropolítica” foi agregado ao léxico dos ativistas em diferentes debates atuais no campo das ciências humanas. Pouca gente, no entanto, sabe exatamente do que se trata e como essa forma de exercício do poder impacta as sociedades modernas.
Para decifrar o conceito e propor uma importante reflexão sobre o tema ao mercado de comunicação, a 10ª edição do Festival do Clube de Criação promove o painel “Necropolítica e biopoder: os mecanismos de controle sustentados na diferença racial”. Anote aí: acontece no domingo 23, às 14h30, na Sala dos Espelhos do Memorial da América Latina.
A expressão ganhou relevância a partir dos trabalhos do filósofo e historiador camaronês Achille Mbembe, hoje professor do Instituto Witwatersrand, em Joanesburgo, na África do Sul, e na Duke University, em Durham, Carolina do Norte (EUA). Trata-se de um prestigiado estudioso do escravagismo, da opressão colonial e dos desafios da negritude, influenciado em seu pensamento pela obra de Michel Foucault.
Mbembe explica que a necropolítica se constitui em um sistema que determina quem pode viver e quem deve morrer. O corpo vulnerável, em risco permanente, é geralmente definido a partir de parâmetros raciais. No mundo atual, inúmeros grupos são simbolicamente desumanizados e sujeitos a ameaças permanentes de aniquilação. É o caso de comunidades compostas por negros, povos originários e mulheres dos estratos sociais economicamente menos favorecidos.
O debate contará com a participação de Bruno Paes Manso, jornalista, pesquisador e membro do Núcleo de Estudos da Violência (USP) – e autor do livro “A República das Milícias - dos esquadrões da morte à era Bolsonaro” (editora Todavia), vencedor do Prêmio Jabuti 2021 –; de Nathália Oliveira da Silva, cofundadora do Instituto Nova Política Sobre Drogas; de René Silva, editor-chefe da Voz das Comunidades; e de Cleifson Dias Pereira, advogado, professor de direito e pesquisador na Universidade Federal da Bahia. A mediação ficará a cargo do jornalista Rosenildo Ferreira, fundador e editor do site Um Papo Reto.
De acordo com o professor Dias Pereira, o painel oferecerá ótima oportunidade para que seja discutida a produção dos imaginários culturais que sustentam a necropolítica. “Nesse sistema de poder, fortemente definido pelo racismo, elabora-se a imagem dos inimigos, daqueles que são desumanizados e que, portanto, podem morrer”, explica.
Para o acadêmico, a necropolítica é complexa e não se limita à eliminação física daqueles identificados como ameaças, como ocorre com as populações negras vítimas de abusos policiais. “Nem sempre essa morte é de natureza biológica”, define. “Por vezes, ela se dá por meio da invisibilização, da supressão de direitos, da tortura psicológica e da destruição de reputações”.
Outra convidada do painel, Nathália Oliveira da Silva é uma das principais vozes do cenário do ativismo anti-proibicionista no país. Em 2015, fundou a Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas em parceria com o historiador baiano Dudu Ribeiro. Começou atuando com prevenção ao uso de drogas para adolescentes em 2010.
Nathália se engajou em projetos sociais e de redução de danos até passar a desenvolver campanhas de advocacy sobre a temática. Compõe a secretaria executiva da Plataforma Brasileira de Política de Drogas desde 2017. Entre 2017 e 2019, foi presidente do Conselho Municipal de Políticas Sobre Drogas e Álcool de SP (Comuda). Atualmente, integra o Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas (Coned).
Já em relação a Rene Silva, vale lembrar que ele criou o jornal Voz das Comunidades aos 11 anos. Ficou famoso ao usar o Twitter ao vivo como fonte de notícias sobre a invasão da polícia no Complexo do Alemão, no Rio. Hoje, assume importantes papéis no cenário nacional e internacional, e tem levado sua experiência para o mundo!
O debate sobre necropolítica entre essas pessoas pode abrir mentes no mercado de comunicação. O tema é de vital importância para o mundo das marcas, em especial para quem lida com as relações humanas em cenários de transformação, com ênfase na pluralidade e na diversidade.
Confira a programação (quase) completa aqui.
Leia todas sobre o Festival do Clube aqui.
Serviço
10º Festival do Clube de Criação
Patrocínio master (ordem alfabética): Globo, Google, Santeria e Tik Tok.
Patrocínio/apoio (ordem alfabética): Africa, Alice Filmes, Barry Company, Broders, Grupo de Atendimento e Negócios, Modernista, Mugshot, MyMama, Not So Impossible, O2, Paranoid, Piloto, Publicis, Sentimental Filme, Shutterstock, TBWA Media Arts Lab, Uol, WMcCann e Zohar.
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