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Precisamos falar sobre letramento racial
“Não sou tuas negas”, “denegrir a imagem”, “a coisa tá preta” são expressões do dia a dia do brasileiro cuja natureza, no mais das vezes, passa despercebida: mas são estereótipos que perpetuam discursos (e práticas) racistas. O letramento racial vem para desmontar esse discurso, ensinando a identificar como as relações raciais modelam a sociedade e são modeladas por ela. “Originalmente, ele foca na maneira como a gente se manifesta. Mas você se manifesta da maneira como entende o mundo”, argumenta Tânia Regina Pinto, editora do site primeirosnegros.com.
Jornalista com mais 30 anos de profissão, Tânia será uma das participantes do painel “Letramento racial: desconstruindo comportamentos ‘naturalizados’”, ao lado da diretora de RH da Publicis Brasil, Cíntia Pessoa; da atriz e apresentadora Maria Gal, do programa “Preto no Branco”; e da diretora de comunicação da Avon e responsável pelo Projeto Divas, Viviane Pepe. A mediação será feita pela diretora-executiva do Cenp, Regina Augusto.
O conceito de “racial literacy” foi criado em 2003, pela socióloga norte-americana France Winddance Twine, e está relacionado à necessidade de desconstruir formas de pensar e agir que foram naturalizadas. Quando se aprende a interpretar códigos racistas em diversos contextos, torna-se mais fácil pensar em soluções que contemplem as necessidades de todos.
“O letramento racial é uma estratégia de combate ao racismo estrutural. E o racismo estrutural é como a chuva, ou como o sol: é democrático. Muitas vezes vamos ver, sim, pessoas negras tendo falas racistas, porque isso vem de cima para baixo, como a chuva. Atinge pretos, brancos, pardos, vermelhos, amarelos, atinge todo mundo”, diz Tânia.
Protagonista de uma carreira de sucesso na imprensa escrita, Tânia acabou migrando para o setor de comunicação estratégica e se especializando em gerenciamento de crises. Mas sentia falta da liberdade para criar e, em 2009, começou a escrever um blog. A iniciativa evoluiu até se transformar no site primeiros negros.com, que propõe a adoção de atitudes antirracistas e igualitárias, a partir do conhecimento, da informação e do pensar coletivo.
Outra iniciativa nesse sentido é o programa “Preto no Branco”, que estreou em maio no canal BandNews TV. Segundo Maria Gal, é um programa de letramento disfarçado de talk show. “O audiovisual brasileiro precisa de mais representações e, principalmente, para a população negra, é imprescindível se sentir representada”, afirmou a apresentadora, por ocasião do lançamento.
Atuando diretamente com a pauta racial desde o início da carreira, em Salvador, a atriz e empreendedora tem sua própria produtora de audiovisual, responsável pela produção do talk show – no qual 58% da equipe é formada por profissionais negros.
A Avon, por sua vez, traz para a mesa os resultados do Projeto Diva (de Diversidade + Avon), lançado em novembro do ano passado para aglutinar iniciativas focadas em equidade étnico-racial, atraindo novos talentos e desenvolvendo quem já está dentro da companhia.
As ações do projeto estão ligadas ao Compromisso Antirracista assumido pela empresa, que tem entre suas metas a contratação de 50% de pessoas negras e ter 30% de mulheres negras em posições de liderança até 2030.
Segundo a empresa, a intenção ao criar o projeto é não só atrair, reter e desenvolver talentos negros, mas também promover a conscientização sobre o tema entre todos os stakeholders e consumidores da marca, tornando o ambiente de trabalho na companhia tão diverso quanto o país em que vivemos.
Para Tânia, a publicidade tem um papel importante a desempenhar nessa luta. “Brigamos muito para que tivesse pelo menos uma pessoa preta em cada anúncio. E, ainda hoje, apenas se cumpre a lei. Por que colocar cota para mostrar pessoas pretas em anúncios se somos a maioria da população? Representatividade importa, e temos de nos fazer visíveis”, afirma.
Por isso, chama atenção quando uma empresa como O Boticário faz um comercial de Natal com um Papai Noel negro (reveja aqui). “Só teremos avançado quando isso deixar de ser notícia”, completa Tânia.
Confira a programação (quase) completa aqui.
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