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Festival do Clube 2022

Hora de renovar ideias, talentos e (por que não?) agências

23.10.22

O que seria renovar a indústria da publicidade? É ficar com o que há de bom e deixar o que for ruim para trás? E inovação, é só sobre ideias ou envolve também pessoas, processos, disciplinas? Com esses questionamentos, seis feras da nova geração de criativos abriu os trabalhos do 10º Festival do Clube, no painel “O que é inovação e renovação do ponto de vista da criação?”, realizado neste sábado 22.

A diversidade de participantes trouxe pluralidade de opiniões, mas numa coisa todos concordaram: embora ainda tenha muito a ser feito, o mercado publicitário vem dando espaço a pessoas e ideias fora do seu padrão tradicional (seja por convicção, necessidade ou por exigência dos anunciantes). Os próprios profissionais estão buscando novos caminhos, seja dentro das agências tradicionais ou inventando novos modelos.

Há 20 anos, os departamentos de criação das agências eram dominados por homens brancos, num ambiente machista. Se fosse hoje, seriam todos cancelados. Melhoramos muito na questão da diversidade. Ainda não chegamos lá, mas estamos lutando para isso. Os talentos existem, o que precisamos é dar espaço para eles se mostrarem”, apontou Juliana Utsch, diretora de criação da GUT.

Nesse sentido, a trajetória da estrategista de impacto da AKQA, Rita Romão, é emblemática. Sua primeira experiência com publicidade foi com um projeto independente, algo criativo e inovador que surgiu de onde ela menos esperava. Rita contou que estava em um momento de transição capilar (que é quando a pessoa deixa o cabelo crescer e voltar ao seu estado natural) e foi convidada a fazer uma apresentação sobre isso. A plateia ficou lotada.

Na época, eu não entendia que aquilo era inovador. Se você vem de outra vivência, isso, por si só, pode ser inovador”, afirmou. Assim, ela criou o Mais Turbantes nas Ruas, projeto educacional que debatia questões étnico-raciais nas escolas e, a partir daí, construiu sua carreira como estrategista.

Adeus zona de conforto

Para o diretor de design da Droga5, Fábio Cristo, juntar as áreas de estratégia e design com a criação é uma mudança que vem se se consolidando nas agências. “É assim que a publicidade vai influenciar a cultura e se aproximar mais do entretenimento, e não fazendo as coisas do jeito que têm sido feitas até agora. Não é fácil sair da zona de conforto, mas precisamos, para poder criar algo diferente”, disse, ao lembrar que empresas como Apple e Nubank têm o design como parte central da sua estratégia de inovação.

Exatamente por não gostar do que via no mercado publicitário, Kevin David e seus sócios fundaram a MOÓC, que ele define como um ecossistema criativo, com uma produtora de audiovisual e uma agência de criação. Desde o começo, em 2015, nosso ponto de vista é sobre o que é diversidade para quem está na base, no corre de todo dia”, contou. “De 2015 para cá muitas coisas evoluíram, mas o mercado ainda é muito cheio de vícios e práticas que continuam sendo reproduzidas.”

Talvez só precisemos de poucas pessoas para começar a mudar isso”, ponderou Marcelo Rizério, que recentemente deixou a liderança da criação da FCB Brasil para abrir sua própria agência, a Euphoria Creative (leia mais aqui). “Espero que o movimento de abrir a Euphoria inspire outras pessoas a mudar coisas que não gostam no mercado publicitário.”

Ele destacou que, há oito anos, um executivo de uma grande agência chegou a dizer que não havia mais espaço para novos players porque todas as multinacionais já estavam no Brasil. “Fico feliz de estar aqui, agora, dizendo exatamente o oposto. Temos de correr atrás do que a gente acredita, porque é a nova geração que vai fazer isso.

A agência mais “antiga” representada no painel foi a David, com apenas 10 anos de atuação. Para seu diretor de criação, Rog Chaves, isso é sintomático de que a renovação é inevitável. “O melhor é a renovação de talentos. De onde virão os futuros talentos das agências? Vejo gente vindo do jornalismo, das ciências, das big techs. Acho que estamos renovando muito nesse sentido”, analisou.

A ponderação final do moderador, Felipe Silva, sócio e diretor de criação da Gana, reflete o espírito do painel: “A vitória é coletiva, não existe vitória individual. Nossa geração vibra quando um colega tem sucesso, ou abre seu próprio negócio. Um torce pelo outro. Vamos juntar pessoas que queiram evoluir para o lado legal, o lado humano da profissão.”

Eliane Pereira

Veja a programação aqui.

Leia todas sobre o Festival do Clube aqui.

Serviço:

10º Festival do Clube de Criação

Patrocínio master (ordem alfabética): Globo, Google, Santeria e Tik Tok.

Patrocínio/apoio (ordem alfabética): Africa, Alice Filmes, Apro + Som, Barry Company, Broders, Cerveja Avós, Draftline, Clube da Voz, Grupo de Atendimento e Negócios, Jamute, KraftHeinz. Landscape, Modernista, Mugshot, MyMama, Nescafé Dolce Gusto ,Not So Impossible, O2, Paranoid, Piloto, Publicis, S de Samba, Sentimental Filme, Shutterstock, TBWA Media Arts Lab, Untitled, Uol, Vetor Zero, WMcCann e Zohar.

Ingressos estão à venda na plataforma da Sympla (aqui). Garanta o seu.

Dúvidas ou desejo de se associar? clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881

Abertura dos portões e do credenciamento: 8h.

Endereço Memorial: Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda

Acesso pelo Metrô Barra Funda

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