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Conteúdo verdadeiro fortalece negócios na era da influência 3.0
O mercado de marketing de influência vive um momento de reinvenção e uma série de características que pautam esse novo patamar do setor tem sido conhecido como "Influência 3.0”, nome dado a um dos painéis do evento. Para debater as novas bases de um segmento que cresceu muito nos últimos anos, o Festival do Clube de Criação convidou para falar Fabiana Bruno, sócia e CEO da Suba, Fatima Pissarra, CEO da Mynd, Fernanda Catania (a @foquinha), jornalista e youtuber, e o ator e comediante Yuri Marçal. A mediação foi de Vinicius Chagas, head of content da Dentsu.
Um dos convidados do painel seria o influenciador Eddy Jr., vítima de racismo no condomínio onde mora. Ele preferiu declinar da participação no evento para cuidar de assuntos relacionados ao ataque. “Que Eddy Jr. saiba que estamos juntos com ele nessa e que não há mais espaço para racismo”, afirmou Chagas, antes de começar o debate.
Uma das principais mensagens dos participantes foi sobre a profissionalização do setor, sempre com o foco na busca pelo conteúdo mais autêntico possível, capaz de conectar creators, marcas e consumidores através de uma linguagem humana. “Precisamos sentir que o influencer é nosso vizinho, gerar uma identificação gostosa. No início da internet era muito difícil encontrar o conteúdo que eu gostava, e o algoritmo veio para ajudar nisso. Nos meus vídeos, procuro trazer uma visão humanizada”, contou Yuri Marçal. Ele revelou que recentemente fez uma manifestação política discreta em seu Instagram e, em seguida, perdeu 25 mil seguidores. Com menos seguidores, ele talvez tenha menos dinheiro com as ações, mas o conteúdo mantém a sua verdade.
Foquinha disse que, por ter vindo da mídia tradicional, precisou se adaptar às redes sociais de forma rápida, mas que não se pode parar por aqui. “E a cada hora é preciso mudar mais. O bom é que hoje eu já vejo a diferença da valorização do criador de conteúdo em relação a antes. É um trabalho e estão entendendo, porque antes não levavam muito a sério”, declarou. Ela notou ainda que a antiga separação entre o que é um youtuber ou artistas já caiu por terra: “Hoje, todos somos criadores de conteúdo”, emendou.
Outra característica do influencer 3.0 é a ideia de que as pessoas se tornaram marcas pessoais, uma lógica que vale inclusive para altos executivos que não sejam nativos digitais. “Percebemos dificuldades dele, inclusive com o LinkedIn, que é focado no mundo corporativo. Eles precisam dedicar mais tempo a ter uma marca pessoal que os fortaleça como executivos”, recomendou Fabiana.
O influencer virou um grande gerador de negócios. Com a linguagem verdadeira, não apenas conteúdos podem ser consumidos, mas negócios feitos e leads gerados. “E há entrada para profissionais de todas as áreas. Tenho uma amiga que, na pandemia, tinha uma loja de produtos de beleza no interior do Mato Grosso. Ela começou a testar produtos nas redes e o marido entregava. Hoje, ela tem 500 mil seguidores e vende para o Brasil inteiro. A visão de expansão é muito ampla e o conteúdo verdadeiro vai se destacar cada vez mais”, avaliou Fátima.
Um ponto pacífico para todos os debatedores é que a forma de trabalhar o produto deve ser sempre do jeito que os influencers falam e se comunicam com seus seguidores. “Temos um longo caminho de desmistificação e a boa notícia é que estamos só no começo”, disse a CEO da Mynd.
No entanto, o caminho ainda é árduo, como observou Foquinha: “É muito frustrante quando chega um job e as marcas pedem que façamos do nosso jeito para, em seguida, solicitar várias ‘refações’ com ideias que não eram minhas e que nada tem a ver comigo. A nossa originalidade precisa vir em primeiro lugar”, ressaltou.
Fabiana disse que tem procurado envolver os influenciadores com o marketing e demais responsáveis pela comunicação e, assim, conseguir uma aprovação que flua melhor. “Não podemos ter um conteúdo engessado, e que não seja de verdade. Isso não funciona”, reforçou.
Para Yuri, as conversas antes do briefing são fundamentais para uma melhor conexão do influencer com a marca. “Sou preto, vim da favela e é a forma como fui criado. Preciso falar da forma que meu público vai se identificar. Não adianta eu estar do meu jeito em um vídeo, abraçando a Giovanna Ewbank, e depois falar em outro tom para comprarem uma garrafa de Minalba”, brincou, arrancando risos da plateia.
Outra questão tratada foi a da diversidade. Fátima salientou que a equipe da Mynd tem 50% de colaboradores pretos e que ainda não há no mercado de comunicação um interesse real na transformação. “Isso se espelha nas campanhas, que são reflexos do perfil da marca e da agência. Eles contratam dois profissionais aqui, outros dois ali, mas a maioria, na vida real, ainda é espelho do que era antes”, comentou.
Em relação à evolução das formas de levar o conteúdo de marca através de influencer, todos são unânimes em dizer que o formato orgânico é dominante. No entanto, Fabiana chamou atenção para novos formatos de “blend digital”, que contemplam uma parte de investimento em mídia que ajuda a “trazer alguma paz” na hora de demonstrar resultados. “Conseguimos fazer promessas que vão além do 'Eu juro por Deus que vai funcionar'”, afirmou.
Por fim, Fatima fez um alerta: “Há muita agressividade crescendo nas redes, com xingamentos. Precisamos prestar atenção em gente falando o que quer, distribuindo fake news. Isso vai crescer e temos de ter a responsabilidade de tentar mobilizar do outro lado, para combater. Hoje, tenho três filhos, e não recomendo a nenhum que seja influenciador”, lamentou.
Felipe Turlão
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10º Festival do Clube de Criação
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