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Festival do Clube 2022

A evolução dos efeitos visuais, de Star Wars a vídeo 360º com VR

31.10.22

O 10º Festival do Clube de Criação contou com a apresentação de um ganhador de Oscar. Craig Barron, diretor de criação da produtora Magnopus, de Los Angeles, veio ao Brasil para dividir sua experiência de décadas no mercado cinematográfico no painel “Creating environments for movies and emerging media”.

Especialista em efeitos especiais, ele conquistou a estatueta da categoria em 2009 pelo filme “O Curioso Caso de Benjamin Button” – e teve outras indicações. Mas a carreira dele começou bem antes (leia mais aqui). Barron trabalha com a criação de ambientes desde a época que os ambientes de efeitos visuais eram construídos fisicamente.

Barron deu início a sua trajetória nesse campo como assistente de Ralph McQuarrie, designer conceitual e artista considerado um dos responsáveis pelo sucesso da saga Star Wars. Seu primeiro trabalho foi “ajudar Ralph em tudo o que ele precisava”, brincou. Isso no set de “O Império Contra-Ataca”.

Antes da computação gráfica, era preciso criar a cena. Meu trabalho era combinar o live action com as pinturas de Ralph e os sabres de luz”, detalhou. Barron e seu mentor utilizavam a técnica “matte painting”, que cria na tela a ilusão de ambientes por meio da pintura manual de cenários e locações.

Ele exibiu para o público vários trabalhos da carreira. Desse modo, contou sobre a evolução do setor de efeitos visuais, do “matte painting” à computação gráfica, dos filmes 2D para os 3D e hoje os vídeos 360º, da película às câmeras digitais. Fotos e vídeos contribuíram para explicar para a audiência como ele ajudou a ambientar e tornar quase reais cenas de filmes como “A invenção de Hugo Cabret”, “Alice no País das Maravilhas”, “Cassino” e “Zodíaco”.

Porém Barron salientou que não é apenas o realismo da cena que importa, “mas a emoção que você está querendo despertar. As imagens trazem respostas emocionais. E você pode usar a arte para desenhar histórias com as imagens”, disse.

Para exemplificar, mostrou algumas imagens de Hugo Cabret, parceria com o diretor Martin Scorsese, como a cena do jovem protagonista na torre do relógio, olhando para o horizonte de Paris. As filmagens reais não traziam o tom correto para transmitir o que a cena precisava, segundo ele. O ambiente foi recriado com arte, inserindo alguns elementos e tornando o céu radiante, tudo em cores mais coerentes com a história.

O desafio de “Sete Anos No Tibete” foi outro. O filme de Jean-Jacques Annaud precisava ser feito na região do norte do Himalaia, mas a China não permitiu as filmagens. Barron descreveu as técnicas empregadas para criar o ambiente que faz com que o espectador sinta que está vendo Brad Pitt na cordilheira.

Para o especialista em efeitos visuais, a criação de ambientes para filmes ou outras mídias tem como ponto central a iluminação, real ou computadorizada. “Luz é a chave”.

Cassino”, outro projeto com Scorsese, se passa em Las Vegas, cidade considerada a mais iluminada do mundo. E foi nesse ambiente que ele precisou construir o Tangiers. A iluminação, nesse caso, precisava ser cuidadosamente trabalhada para dar realismo ao cassino criado virtualmente.

Barron falou sobre novas técnicas, como o ambiente virtual que é projetado em várias telas LED no set de filmagem, o que ajuda os atores a realmente se sentirem dentro da história. E sobre filmagem 360º, inclusive com câmeras de infravermelho, algo que junto com a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada, trazem cada vez mais possibilidades para a indústria do audiovisual.

E se, além de ver uma imagem 3D, for possível interagir com ela, da sala de casa? Ele vem experimentando projetos assim. Com a Magnopus, o diretor de criação trabalhou em “Blade Runner 2049”, criando a Los Angeles do futuro por meio de realidade virtual.

Questionado pela audiência sobre a aplicação disso na publicidade, ele explicou que é algo ainda começando. São os “babysteps” de novas formas de contar histórias, com novos componentes, em novas mídias.

A tecnologia vai evoluir, e isso está só no começo. “Temos de ir para o futuro. Não tem como escapar”. Essa é a mensagem de Craig Barron, alguém que chegou a gravar algumas cenas como Darth Vader, para testar a fantasia no ambiente que ele mesmo estava ajudando a criar.

Carol Massaro

Confira a programação do Festival aqui.

Leia todas sobre o Festival do Clube aqui.

Serviço:

10º Festival do Clube de Criação

Patrocínio master (ordem alfabética): Globo, Google, Santeria e Tik Tok.

Patrocínio/apoio (ordem alfabética): Africa, Alice Filmes, Apro + Som, Barry Company, Broders, Cerveja Avós, Draftline, Clube da Voz, Grupo de Atendimento e Negócios, Jamute, KraftHeinz. Landscape, Modernista, Mugshot, MyMama, Nescafé Dolce Gusto, Not So Impossible, O2, Paranoid, Piloto, Publicis, S de Samba, Sentimental Filme, Shutterstock, TBWA Media Arts Lab, Untitled, Uol, Vetor Zero, WMcCann e Zohar.

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