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Festival do Clube 2023

Do funk ao rap: as marcas se conectam + com a cultura urbana

16.10.23

No universo da música e da cultura urbana, o funk e o rap estão em alta no Brasil – e qualquer plataforma de streaming pode comprovar isso. Para discutir o crescimento desses estilos e seus impactos sobre a indústria e sociedade, bem como debater desafios e oportunidades para artistas, produtoras e marcas, o Festival do Clube de Criação 2023 reuniu algumas das mentes que movimentam esse setor.

No painel “Música e cultura urbanas: a ascensão do funk, hip hop, rap, trap” estiveram presentes Alana Leguth, sócia-diretora da KondZilla, empresa que agencia artistas, produz vídeos e possui o maior canal de YouTube do Brasil; Camila Alam, gerente global de conteúdo criativo da Chivas Regal (Pernod Ricard); Felipe Ribeiro, CCO Latam da Wieden + Kennedy; Flávio Saturnino, fundador do portal Popline; e João Assis, gerente de música urbana na Universal Music. A mediação foi de Caio Corsalette, fundador da Canguru Records (leia mais sobre a vida e a carreira dos participantes da mesa aqui).

Como Corsalette declarou antes ao Clubeonline (veja aqui), há uma combinação de fatores que têm levado a música urbana a um novo patamar de crescimento. Entre eles, estão o maior acesso às mídias digitais e o fato desses gêneros darem voz às comunidades urbanas periféricas. Além de discutir o impacto massivo desses ritmos na cultura brasileira, o painel evidenciou a crescente colaboração entre as marcas e artistas e estrelas desses ritmos.

Alana compartilhou suas experiências no mundo do funk e da música urbana, desde seus primeiros dias da MTV Brasil. E revelou como logo no princípio ficou clara a importância de apoiar esse movimento. "Comecei muito cedo na MTV Brasil, trabalhando diretamente com o hip hop. Lembro de ter o clipe do Sabotage na mão e dizer: 'Nós precisamos apoiar muito o hip hop'”, disse.

Hoje, Alana está no comando da Kondzilla, que é uma referência quando se fala em cultura urbana. “É uma chancela. A Kondzilla é símbolo de que esse conteúdo é genuíno e não apenas uma forma de se aproveitar desse público”, completou.

Ela mencionou algumas campanhas da Kondzilla que foram premiadas no Cannes Lions: “Tivemos cases com marcas como Budweiser e White Horse. Esse é um mercado amplo e cheio de oportunidades não só dentro da Kondzilla", completou.

Camila Alam contou como Chivas entrou no movimento da música urbana e destacou a importância de a marca representar genuinamente essa cultura. "Chivas acredita no sucesso celebrado e nas novas maneiras de sucesso. Se não estiver conectado com a cultura e não estiver genuinamente representado, não faz sentido”, afirmou.

Felipe Ribeiro corroborou o argumento de Camila e comentou que as marcas têm de entender o seu verdadeiro papel no mundo. "Não é uma tendência passageira, é uma realidade. Já aconteceu", comentou, ressaltando que as marcas têm uma responsabilidade real em relação à cultura na qual estão envolvidas. O criativo enumerou algumas ações bem-sucedidas que envolveram artistas de hip-hop e grandes marcas, como as campanhas de Rincon Sapiência com Budweiser (no ano passado), Emicida com Nubank (em 2021, ação que teve uma extensão com podcast no ano seguinte) e Djonga e MC Hariel com a Nike (em 2022).

Já Flávio Saturnino discutiu o papel das redes sociais e a cena independente na música urbana, enfatizando o valor da autenticidade: "Se for algo artificial, isso se reflete no alcance do conteúdo". Para Saturnino, os fãs de música urbana, mais que os fãs de outros ritmos, são extremamente conscientes e críticos, tendo uma sensibilidade aguçada para distinguir o conteúdo autêntico e genuíno daquele que é fabricado ou artificial, como disse.

Falando com a experiência de atuar numa major, a Universal Music, João Assis detalhou os desafios de trabalhar com música urbana em uma grande gravadora que opera em um contexto muitas vezes dominado por gêneros mais tradicionais. A música urbana engloba uma ampla variedade de estilos com suas próprias dinâmicas, público e cultura, explicou.

A adaptação das grandes gravadoras a esse novo cenário é um processo complexo. Segundo João, essa transformação envolve mudanças nas equipes, nas estratégias e na forma como as majors compreendem, promovem e apoiam os artistas de música urbana. "No final das contas, é sobre recursos humanos", resumiu ao se referir à importância de investir nas pessoas, tanto dentro das gravadoras quanto entre os artistas.

Maíra Carvalho

11º Festival do Clube de Criação

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