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Favela em foco: narrativas, estereótipos e romantização
Quem nunca ouviu a expressão “a favela venceu”? Há quem a aprove por entender que ela é um lema para projetar vitória entre os moradores das comunidades do Brasil e para destacar histórias positivas dentre essas pessoas. Outros discordam dela, às vezes radicalmente, porque as comunidades continuam a enfrentar problemas que são velhos conhecidos desses mesmos moradores, apesar de diversas terem se organizado, criando entidades e associações para ajudar na solução das necessidades de suas populações.
Neste ano, o Festival do Clube de Criação, que acontece no próximo final de semana, no Memorial da América Latina, terá no painel “Favelas: romantização e hipersexualização engendradas pela mídia e pela indústria cultural” uma oportunidade para reflexão sobre o que estamos falando quando se trata de comunidade.
A mediação do debate, que será no domingo, 24, às 14h30, na sala da Criatividade, será realizada por Patrícia Carneiro, senior planner da Oliver Latin America. Ela irá falar sobre códigos estéticos que, em sua opinião, criaram estereótipos sobre a população periférica e sua realidade, nos meios de comunicação. “O empoderamento feminino tem sido confundido com pornificação, e a exploração de corpos negros se torna ainda mais problemática”, afirma.
O painel contará com as preciosas presenças de Alecsandra Matias, professora do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (ECA-USP); Babu Santana, ator e diretor da associação cultural Nós do Morro, do Morro do Vidigal (RJ); Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, autor do livro “Um País Chamado Favela”, e um dos maiores conhecedores do universo periférico brasileiro; Silvia Nascimento, diretora de conteúdo e fundadora do portal Mundo Negro; e Tamiris Coutinho, label manager da Rampa, integrante do coletivo Funk do Poder e autora do livro “Cai de Boca no meu b*c3t@o: o funk como potência do empoderamento feminino”.
A fundadora do portal Mundo Negro ressalta a importância de se estudar o modo de representação dos corpos negros na imprensa tradicional e também nos canais segmentados. “Hoje, o olhar predominante é de desumanização dos jovens, especialmente a partir dos recortes étnicos e geográficos”, explica. “Ao mesmo tempo, persiste a invisibilização das injustiças, como ocorre no genocídio da população negra de Salvador”.
Silvia destaca ainda a necessidade de se rediscutir as referências aos corpos das mulheres negras no universo das artes e espetáculos. “Elas ainda são vistas basicamente por seus atributos físicos, desconsiderando-se suas habilidades intelectuais e vivências na ação coletiva”, pontua.
Tamiris, por sua vez, deve discutir a junção do trap com o funk e a maneira como esses gêneros musicais representam as favelas e a população feminina, abordando também a questão do sexo. Em suas produções acadêmicas na UERJ e na UFF, ela tem trabalhado com as expressões do universo musical, especialmente nas composições interpretadas por mulheres. “É importante discutir, por exemplo, como o funk se estabelece enquanto potência de empoderamento feminino”, diz, fazendo referência ao tema de seu livro.
Famoso como intérprete de Tim Maia no cinema, entre outros papéis, e popularizado com o reality Big Brother Brasil, Babu Santana espera trazer para o painel a experiência de uma pessoa criada na favela e que percebe os efeitos da visão distorcida das comunidades. “Os problemas que essa galera sofre são complexos. Há muitas camadas e diversas causas e causadores”, comenta.
O poder das narrativas também promete entrar nas discussões. Em maio, em uma das colunas que escreve para o Jornal da USP, Alecsandra observou: “A favela, o subúrbio e a periferia evocam formas de cidadania e de identidades complexas, marcadas por resiliência e marginalização. Esse modo de ser cidadão flutua entre duas narrativas opostas: o reforço de estereótipos negativos e a romantização da pobreza urbana. A frase ‘a favela venceu’ parece ter sua interpretação pairando entre essas duas visões sobre os agrupamentos que estão às margens”.
Não perca essa discussão!
Veja a programação (quase completa) do Festival do Clube 2023.
Serviço:
11º Festival do Clube de Criação
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