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Cativos do sistema: o papel das marcas e dos cidadãos
Em seu primeiro dia, a 11ª edição do Festival do Clube de Criação realizou no auditório Simon Bolívar um debate sobre "O Trabalho Escravo Contemporâneo e a Responsabilidade das Marcas". A temática ganhou relevância depois que 1.443 pessoas foram resgatadas do cativeiro laboral no Brasil, somente no primeiro semestre desde ano.
Foi mediado pela jornalista Juliana Gonçalves, com passagens por Brasil de Fato, Ceert e Preta Hub. Ela frisou a importância de se discutir a natureza sistêmica desse tipo de exploração, que qualificou como “efetiva ferramenta de competição no sistema capitalista”.
O Frei Xavier Plassat, coordenador da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, da Comissão Pastoral da Terra, fez um resumo da luta contra essa modalidade de maximização do lucro produtivo. Segundo ele, a história do Brasil se confunde com o tráfico negreiro e o aprisionamento de pessoas no regime de trabalho não remunerado.
Plassat citou as modernas facetas desse crime institucionalizado, referindo-se ao agronegócio como gerador do maior número de casos. Ele citou também a luta da CPT contra a naturalização do serviço doméstico em sistema análogo ao da escravidão.
Para o religioso, essa forma de produção tem como características a condição degradante, a dívida fabricada, a jornada exaustiva, o serviço forçado, a ameaça, a vigilância e a permanência obrigatória. “Não basta resgatar as vítimas”, destacou. “É preciso mudar o panorama de normalização estrutural que facilita esse tipo de violência”.
Lys Sobral Cardoso, ex-coordenadora nacional de erradicação do trabalho escravo e enfrentamento ao tráfico de pessoas, do Ministério Público do Trabalho, afirmou que o Brasil passou de uma condição de negação do problema a uma referência mundial no combate a esse tipo de crime. Ela considera importante a articulação dos grupos móveis de ação, que mobilizam diversas instituições da sociedade civil. Lys frisou a importância das denúncias acerca de atividades ilícitas como o trabalho doméstico não remunerado e a exploração sexual. “É preciso que todas as empresas envolvidas no ciclo de produção se comprometam a garantir os direitos básicos dos trabalhadores”, afirmou.
O jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto, diretor da ONG Repórter Brasil, defendeu a responsabilização extensiva dos atores da cadeia de valor produtiva. Segundo ele, todos aqueles que se beneficiam desse tipo de exploração devem ser alvos da contestação da sociedade organizada. Ele citou as ações de rastreamento de negócios interligados e o boicote às marcas que maximizam lucros a partir da atividade laboral análoga à escravidão.
Em sua fala, ele recordou o caso recente das vinícolas gaúchas, como Aurora, Garibaldi e Salton, que foram objeto de contestação dos fiscais do trabalho e também da sociedade organizada. A ONG Repórter Brasil mapeou as relações entre diferentes setores industriais envolvidos nessas práticas, como as fazendas de carvão, cujas atividades repercutem na indústria de autopeças e nas montadoras de automóveis.
Sakamoto citou também a exploração de outras fontes de mão de obra, como no setor de comunicação e publicidade, em que são comuns as jornadas de trabalho prolongadas e não remuneradas. “Metroviários e metalúrgicos, por exemplo, obtiveram ganhos mais significativos porque têm sindicatos combativos e organizados”, destacou.
A mediadora encerrou o debate destacando a importância dos profissionais de comunicação na educação dos públicos consumidores. Segundo ela, é preciso sensibilizar aqueles que constituem a fonte de lucro das empresas que se valem do trabalho escravo para estabelecer vantagens de mercado.
Walter Falceta
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