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Festival do Clube 2023

Atrair e reter talentos: o grande desafio para liderança das agências

24.09.23

Se liderar um negócio sempre foi um desafio, ele ganhou dimensões inimagináveis em meio à crise da Covid-19 e ainda mais agora, no pós-pandemia – quando as coisas voltaram ao normal, mas nada é (nem será) como antes.

Para discutir os novos modelos de negócio e trabalho que estão emergindo no Brasil e no mundo, o painel “Como liderar uma agência em 2023?” reuniu líderes de operações independentes – como Rafael Urenha (sócio fundador da Galeria) e Tatiana Marinho (CEO da Gana) – e de grandes grupos internacionais, como Fernando Taralli (presidente da VMLY&R), Keka Morelle (chief creative officer da Ogilvy para a América Latina) e Lica Bueno (CEO da Talent). O painel contou com a mediação de Flávia Altheman, CEO da agência independente MGNT.

Gerenciar a mudança, garantir a sustentabilidade do negócio e atrair talentos foram as principais questões listadas pelos participantes. “O maior desfio de gestão, hoje, é atrair e reter talentos. É um desafio não só de um grupo ou agência, mas de toda a indústria”, apontou Lica Bueno. “As startups e big techs levaram os grandes talentos e ainda não fomos capazes de trazê-los de volta e de atrair os novos.

Na mesma linha, Taralli disse que é preciso fazer com que os profissionais (novos e antigos) tenham vontade de trabalhar em agências de publicidade.Temos que curtir trabalhar em agência, algo que é muito bacana, mas que foi se perdendo com o tempo. As pessoas passaram a querer ir para big techs ou startups, mas o ambiente das agências é muito rico. Infelizmente, desaprendemos a celebrar isso”, afirmou.

O presidente da VMLY&R apontou ainda a importância da mudança cultural no processo de fusão da VML com a Y&R, que aconteceu em 2020, em meio à pandemia. “Unimos uma operação que tinha DNA digital com a maior agência do país. A transição foi empoderada por uma mudança de cultura, passando de uma agência percebida como sendo de ‘mídia tradicional’ para outra mais criativa e digital, contou.

Também muito jovem, mas na outra ponta do espectro, a Gana tem só dois anos e nove meses e nasceu como uma agência independente, formada por profissionais negros. “Nossos maiores desafios são sobreviver nesse mercado, continuar abrindo portas e atuar como incubadora de talentos negros”, listou Tati Marinho, que foi bastante aplaudida.

Quando me vi como CEO da Gana, me perguntei quantas mulheres negras nesse Brasil afora não têm as mesmas oportunidades que eu tive. Por que eu tinha que ser uma das primeiras? Depois, pensei que talvez seja essa a minha missão: servir de referência, dar oportunidadeabrir portas para essas mulheres talentosas, pessoas negras, 50+, LGBTQIAP+”, disse Tati.

A importância da liderança feminina foi destacada por Keka Morelle, uma das poucas mulheres a ocupar um alto cargo na estrutura de um grande grupo de publicidade. “O impacto da liderança feminina vem junto com termos como generosidade, empatia, coletividade. São palavras que precisam ser exercitadas pelos líderes, porque o impacto da liderança na vida das pessoas é muito grande".

Precisamos de generosidade e empatia para liderar o impacto que a gente gera no outro, mas também de diversidade, porque as pessoas têm que estar no centro de tudo. Diversidade é um imperativo no nosso mercado”, concordou Flávia Altheman.

Também muito jovem, a Galeria não tem nem dois anos de vida: foi fundada durante pandemia, já com grandes clientes e uma equipe de 200 pessoas – hoje o número de funcionário é o dobro.

Para Rafael Urenha, o grande desafio do líder atual é atrair e engajar talentos. “A nova geração é diferente, eles são nativos digitais. E o modelo de agência está mudando, é muito diferente do que era 10 anos atrás – sem falar das mudanças no cenário de mídia”, analisou.

Segundo ele, a agência funciona como uma “galeria de talentos”, com estrutura horizontal. “Temos 16 sócios que são líderes e que formam líderes nos seus departamentos. Isso muda completamente o modelo de funcionamento”, afirmou.

Fundadora de uma agência independente (Suno), Lica Bueno lembrou que fazer parte de um grande grupo internacional, como o Publicis, tem a vantagem da escala e do fôlego para investir em ferramentas e tecnologia, o que nem sempre está ao alcance das agências solo. “Os grandes grupos estão passando por grandes desafios porque são os principais representantes da indústria da publicidade. A verdade é que a própria indústria precisa mudar”, afirmou Lica.

Para ela, 2024 deveria ser o ano das conversasduras”. “Se não conseguirmos discutir formas de melhorar a indústria, as relações com os clientes e o ambiente de trabalho, não vamos conseguir atrair e reter talentos”, resumiu.

Entre os tópicos “quentes” para o ano que vem, Taralli apontou o uso da inteligência artificial para melhorar a produtividade, diminuir o trabalho “braçal e ter mais tempo para planejar e criar. Para Keka Morelle, o tema da vez é sustentabilidade, mas de uma forma ampla, incluindo desde a sustentabilidade do negócio até a relação entre profissionais, clientes e fornecedores.

A grande questão é termos diversidade e inclusão de verdade, e não apenas ‘tokens’ para cumprir cotas, opinou Tati Marinho. “Estamos em um lugar privilegiado, que faz a conexão entre marcas e pessoas. Temos que discutir como a publicidade pode voltar a ser líder da indústria criativa”, finalizou Rafael Urenha.

Eliane Pereira

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