Festival do Clube 2023

O universo dos jogos e do empreendedorismo foram temas abordados por Bruno PlayHard, fundador e CEO da Loud, uma das organizações mais influentes no cenário de esportes eletrônicos do Brasil, no Festival do Clube de Criação 2023. Em um bate-papo com Daniella Gallo, CEO da Warrior (plataforma que conecta marcas e streamers a novos negócios), e com o jornalista Pablo Miyazawa, que fala de games no portal Terra, ele levou ao palco do auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, suas perspectivas sobre o dinâmico mercado gamer.

Bruno Bittencourt, o PH, é reconhecido como um pioneiro no segmento de jogos mobile e figura como um dos protagonistas do cenário de Garena Free Fire (leia mais sobre sua trajetória aqui). Sua paixão pelos games ficou evidente desde a juventude, quando ele dedicou inúmeras horas à frente do computador.

"Eu era aqueles adolescentes que passavam 13 horas por dia na frente de um computador, nas férias", lembrou. No entanto, ao entrar na faculdade, ele se deu conta que sua paixão poderia ser canalizada de maneira diferente. Foi quando começou a produzir vídeos para o YouTube, focando em games mobile, que estavam começando a ganhar tração na época.

Ao ser indagado sobre sua metamorfose profissional e sua autodefinição atual, ele respondeu que a tarefa é bem complicada. "Porque até hoje eu gosto de produzir conteúdo sobre games. Acho que você não precisa separar a pessoa que é gamer da pessoa que trabalha no mercado tradicional, que é empresário", afirmou.

A declaração reforça a fusão entre sua identidade pessoal e profissional, demonstrando que a paixão pelos games transcende as barreiras do ambiente corporativo.

Demanda e poder de adaptação

Pablo, intrigado pela decisão de Bruno em se dedicar ao universo mobile, questionou os motivos que o levaram a se concentrar nesse tipo de jogos. "Acho que um dos motivos pelos quais você teve ascensão e tem essa permanência é porque você sempre focou no mobile. Você não apenas seguiu uma tendência; você já gostava de jogar".

O fundador da Loud disse que estava na faculdade (ele é formado em Ciências da Computação) quando notou que os smartphones eram uma porta para poder jogar onde estivesse. “Aí, comecei a pesquisar os vídeos na internet para ver dicas e percebi que havia uma demanda para aquilo", revelou.

Daniella abordou o lado curioso e criativo de Bruno, acrescentando que ele tem essas características desde muito jovem. "Que perspectivas do universo gamer vê daqui para frente?", perguntou. Ele destacou a importância da constância e da adaptabilidade. "A criatividade acaba sendo uma soma de várias pequenas atitudes que você lida no dia a dia de uma forma inteligente".

Refletindo sobre sua carreira, ele comentou que, desde novo, tinha um indício de que iria fazer algo diferente, embora não calculasse aonde chegaria. “Vim duma cidade do interior, com 70 mil habitantes (Viçosa, Minas Gerais), e eu imaginava que ia conseguir me formar, trabalhar numa empresa legal de jogos, algo assim. Quando vejo a história, onde tudo foi me levando, isso superou todas as minhas expectativas".

Relação com as marcas

Quando a conversa enveredou para a relação com as marcas, Bruno enfatizou a necessidade de parceria e compreensão mútua. "Quando entendi isso e consegui tirar vários interlocutores do meio, pude explicar o que eu vivo diretamente para quem toma decisão. Transformei os e-mails que chegavam para mim em patrocínios junto à Loud", contou.

Vale lembrar que, junto com Jean Ortega, Bruno é sócio da holding Spacecaps, que, além da Loud, engloba seis empresas: Monomyto (estúdio de games); Outplay (conteúdo para o metaverso); Druid (agência de marketing), Sundae (produtora), Dropull (plataforma NFT) e Snackclub (comunidade gamer).

O bate-papo abordou ainda a evolução do mercado de games, a importância da inovação e a adaptabilidade necessária para navegar em um ambiente em constante transformação.

Danilo Telles

11º Festival do Clube de Criação

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