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Marcelo Zarvos: uma boa trilha e a conexão entre compositor e diretor
O Festival do Clube de Criação 2023, realizado no Memorial da América Latina, trouxe uma oportunidade única para os amantes da música e do cinema. O compositor brasileiro Marcelo Zarvos, conhecido por trilhas sonoras de destaque entre produções internacionais e nacionais e que está há 25 anos nos EUA, esteve no palco do auditório Simon Bolívar para falar de seu processo criativo e suas contribuições para a sétima arte.
Ao longo de sua carreira, Zarvos se destacou com trilhas para produções como "Um Limite Entre Nós", "A Escolha", "Última Parada 174", "Flores Raras", "Você Não Conhece o Jack", "The Good Shepherd" e "The Equalizer 3". Além disso, o compositor está envolvido na série "A Diplomata", da Netflix, cuja segunda temporada foi confirmada, mas ainda não tem data de lançamento.
Um de seus trabalhos mais recentes é "Cassandro, o exótico", com Gael García Bernal, que acaba de entrar para a programação do Prime Video (veja trailer mais abaixo). E Zarvos aguarda a estreia de "Segredos de um escândalo", dirigido por Todd Haynes e protagonizado por Natalie Portman e Julianne Moore, que deve entrar em cartaz em 17 de novembro nos EUA - leia mais sobre os trabalhos e a carreira do brasileiro aqui.
O painel contou com a participação de Alexandre “Xã” Vilela, vice-presidente de criação da BETC Havas; Clariza Roza, sócia e diretora de novos negócios da Silva; Luís Claudio Salvestroni, diretor de criação e sócio da Made; e Renato Zandoná, CCO da Droga5 São Paulo.
Zarvos compartilhou suas experiências sobre a colaboração com diretores de cinema, destacando sua relação especial com Denzel Washington, em “Um Limite Entre Nós". Para Zarvos, a criação da trilha sonora é um momento íntimo entre o diretor e o compositor, fundamental para entender o papel da música em cada cena do filme. De acordo com ele, a música pode ser protagonista ou atuar discretamente no fundo, de todo modo, porém, sempre desempenha um papel vital na narrativa cinematográfica.
Durante o painel, Clariza perguntou Zarvos sobre sua relação com a música brasileira. O compositor respondeu que ela está no seu DNA (por sinal, ele pertenceu a uma banda pop dos anos 80 que alcançou popularidade à época, Tokyo). Ele enfatizou a alta estima que a música brasileira desfruta no cenário internacional. E expressou o desejo de contribuir para contar histórias brasileiras em novas produções.
Alexandre “Xã” questionou a influência das novas tecnologias no processo de criação de trilhas sonoras. Para Zarvos, o benefício do avanço tecnológico foi ter tornado o trabalho mais eficiente e ágil.
Já Luís Claudio explorou a formação do time que trabalha com Zarvos. O compositor revelou que mantém uma equipe multicultural e valoriza a oportunidade de compartilhar conhecimento com jovens talentos. Ele salientou que, embora a formação acadêmica seja importante, a experiência prática é fundamental para moldar o futuro na sua área.
No final do bate-papo, Zandoná quis saber de Zarvos suas preferências musicais pessoais. O compositor contou que, em seu tempo livre, gosta de ouvir o que seu filho recomenda, como Kendrick Lamar. Além disso, ele revelou que se permite explorar músicas antigas que proporcionam conforto.
Fernanda Beirão
11º Festival do Clube de Criação
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