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Trajetórias que moldam processos criativos
A trajetória de uma pessoa é fundamental para o desenvolvimento do processo criativo. Um painel abordou esse tema na 12ª edição do Festival do Clube de Criação. No palco, estiveram a escritora e vocalista do Samba de Ganga, Ayô Tupinambá, e o ator e cantor Jonathan Azevedo, fundador da agência Carta Preta. O papo foi mediado por Heitor Caetano, diretor de criação da DPZ.
Heitor iniciou o painel abordando como trajetórias não hegemônicas podem moldar o trabalho criativo, mesmo que seja por meio de uma vivência muito sofrida e complicada.
Ayô contou que, por sua condição de travesti, pessoa preta e gorda, ela utiliza seu lugar de sobrevivência como fonte de criatividade para finalizar seus trabalhos.
Jonathan destacou que seu primeiro objetivo de vida foi sobreviver, sendo um homem preto e adotado, vindo do Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro. Ele explicou que, anos mais tarde, o amor de seus pais e de seu filho se tornaram fontes de inspiração para sua criatividade.
O mediador comentou que os desafios enfrentados por pessoas de grupos minorizados ativam uma veia criativa devido a essas vivências. Ele perguntou se o mercado está preparado para receber essas pessoas.
Para Ayô, elas acabam sendo as maiores financiadoras de seus próprios trabalhos, já que é raro que alguém olhe para esses grupos. E, com isso, grandes patrocinadores de artistas perdem a oportunidade de apoiar histórias valiosas.
Diante disso, Jonathan se levantou e convidou Heitor e Ayô a fazerem o mesmo, afirmando que o mercado está, de fato, perdendo grandes histórias. Ele ressaltou que essa conexão de corpos unidos pode fortalecer o trabalho criativo e o aprendizado.
Quando questionado sobre como as pessoas podem ser donas de suas próprias narrativas, Jonathan afirmou quesuas demandas o levaram a criar sua agência, a Carta Preta, que surgiu da necessidade de unir marcas, projetos e talentos pretos.
Ayô, por sua vez, disse que seu empresário a encorajou a seguir com seu projeto musical. O dinheiro dos shows também ajuda financeiramente os membros do grupo, formado por pessoas pretas e transgênero.
Ao falar sobre o papel da arte em sua trajetória, Jonathan relatou que sua vida mudou quando descobriu que era adotado. Ele percebeu que tinha um "teto de amor" e que a arte o ajudou a lidar com suas sombras, dificuldades e seus momentos difíceis. O ator acrescentou que toda criatividade vem acompanhada de afeto e amor. Após seu relato emocionado, ele foi aplaudido de pé pelo público.
Já Ayô foi questionada se seu "cantar para sobreviver" também tinha como objetivo inspirar pessoas de sua comunidade a sobreviverem. Ela abordou seu processo de transição e o acolhimento que recebeu de pessoas trans e travestis no período. Ayô explicou que seu repertório é pensado para atingir esse público e ressaltou que seus conteúdos remetem à ancestralidade de pessoas trans.
Heitor encerrou o painel afirmando que muitas coisas foram podadas em grupos minorizados, mas que aquele e outros palcos agora pertenciam a eles, em um dos momentos mais tocantes do Festival do Clube.
Luan Araújo
Este ano, temos os seguintes patrocinadores e apoiadores:
Patrocínio Premium (ordem alfabética): Globo; Grupo Papaki; Recôncavo Company.
Patrocínio Master: Santeria.
Patrocínio (ordem alfabética): Barry Company, Boiler Filmes, Café Royal, Halley Sound, Heineken, Jamute, Landscape, Lew’Lara\TBWA, Love Pictures Company, Modernista, Mr. Pink Music, MugShot, MyMama Entertainment, Nós – Inteligência e inovação social, O2, Paranoid, Piloto, Purpple, União Brasileira de Compositores, TikTok, Unblock Coffee e We.
Apoio (ordem alfabética): Artmont, Antfood, Audioink, Bici Desagência, Canal markket, Canja Audio Culture, Carbono Sound Lab, Chucky Jason, Ellah Filmes, Estúdio Origem, Fuzzr, Grupo Dale!, Mercuria, Monkey-land, Pachamama, Pródigo Filmes, Punch Audio, Sailor Studio, Soko (Droga5 São Paulo), Sondery, Tribbo, UOL, Vox Haus, Warriors VFX.
Sem estas empresas, NÃO haveria Festival.