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Que Inteligência Artificial a gente quer?
Numa era de revolução tecnológica permanente, a Inteligência Artificial já é entendida como protagonista da nova realidade humana. Ela automatiza tarefas maçantes, auxilia na elaboração de diagnósticos médicos, agiliza a produção acadêmica e potencializa experiências nas mais diversas áreas. Ao mesmo tempo, ameaça empregos, concentra poder, acentua desigualdades, elimina conexões humanas e serve como ferramenta de desinformação e manipulação.
Há quem diga que a tecnologia, em si, é neutra. Depende de como é utilizada, se para o bem ou para o mal. O fato é que o desafio da IA está posto. Está diante de nós. O Festival do Clube de Criação 2024, que acontece nos dias 12 e 13 de outubro, no Memorial da América Latina, em SP, debaterá a tecnologia em quatro painéis.
Um deles é “Qual é a Inteligência Artificial que a gente quer? Que habilidade humana é insubstituível?”, que será no sábado (12), às 18h25. A proposta é discutir o impacto da IA, especialmente a generativa, nos negócios de comunicação. Mas a mesa também deverá apresentar discussões comuns que estão ocorrendo em outros setores, como a educação.
O painel terá como mediador Luiz Pacete, jornalista especializado em marketing e tecnologia (LinkedIn Top Voice - e reconhecido como um dos Top Voices Tecnologia IA 2023). Participam da mesa Cleber Paradela, vice-presidente de conteúdo e inovação da DM9; Giselle Santos, gestora de inovação e apresentadora do programa Assunto na Mesa; Mauro Ramalho, CCO da Publicis; e Yuri Quisbert, data strategist do Instituto Cappra e coordenador do Fórum do Marco Regulatório de Inteligência Artificial.
Discutir a IA que queremos é urgente em um cenário de rápido empoderamento das máquinas e, ao mesmo tempo, de disseminação dos aparatos de falseamento de dados e de olhos panópticos, de vigilância total, como os do personagem Grande Irmão, do romance distópico “1984”, de George Orwell.
Em abril deste ano, em um estádio de Aracaju (SE), um sistema de reconhecimento facial equipado com IA disparou um alerta para que a Polícia Militar prendesse um suposto delinquente foragido. Foi durante a decisão do campeonato estadual de futebol, entre Confiança e Sergipe.
O personal trainer João Antônio Trindade, de 23 anos, foi detido, algemado e retirado das arquibancadas. Depois da brutal humilhação, descobriu-se que o “Big Brother” da PM havia cometido um grave erro, confundindo o trabalhador com um criminoso.
A cientista da computação Joy Buolamwini, especialista em Inteligência Artificial, que esteve este ano no SXSW, chama esses perseguidos pelos sistemas de IA de “excodeds”. São as vítimas de processamentos algorítmicos burros ou simplesmente guiados por vieses de seleção e cognição (leia mais aqui).
Outro caso rumoroso envolveu a esteticista e estudante de enfermagem Porcha Woodruff. No ano passado, na frente de sua casa, ela foi capturada pela polícia de Detroit (EUA) e conduzida a um centro de detenção. Acusação: roubo de veículo, o que seria improvável para uma mulher no oitavo mês de gravidez.
Novamente, um erro do sistema de reconhecimento e catalogação baseado numa plataforma de Inteligência Artificial. Joy mostra em seus estudos que muitos desses programas falham especialmente ao tentar identificar não-brancos e mulheres. Porcha é uma mulher negra. Desse ponto de vista, o olhar humano carregado de preconceito se reproduz perniciosamente na máquina, constituída como instrumento de controle e prévio julgamento.
Para Cleber, que também é professor de Tecnologias Exponenciais no Bootcamp de Estratégia da Miami Ad School, chegamos àquele momento em que “a gente sai da especulação, sai do PowerPoint futurista, e passa a discutir o que precisamos fazer agora”. Ele levanta algumas questões em relação ao mundo das agências de publicidade: quais serão as regras estabelecidas pelas grandes redes globais? Quais são as implicações em relação à criatividade? O quanto a IA a potencializa? E o quanto a limita?
Em sua avaliação, estamos numa fase de divã, com todos os players do mercado. “Temos de compartilhar nossas dores e relatar nossos avanços”, destaca. Cleber vê o painel como uma oportunidade de troca de experiências, para que possamos saber o que tem funcionado e o que ainda não deu certo. Segundo ele, será um momento de pensar aprimoramentos no uso da IA no meio.
Giselle, que é também educadora, empreendedora e especialista em edtechs, afirma que está comprometida com a construção em conjunto de futuros mais justos e equitativos por meio do acesso à informação e aos recursos digitais. Top Voice no LinkedIn em novas tecnologias e educação, ela atua como program manager na The Bakery, liderando programas de inovação aberta.
“Pretendo abordar temas como a ética no uso dessas tecnologias, o papel fundamental do imaginário e também a questão das ausências, muitas vezes não percebidas. É o caso das pessoas que representam a diversidade e dos pensamentos ancestrais. A gente sabe como a IA vem sendo construída e seu impacto profundo na sociedade, também reforçando vieses e preconceitos”, conta. Ela quer levar uma pergunta ao painel: “que pessoas já sofrem algum tipo de discriminação e quais gozam de privilégios por conta dessa nova maneira de interagir com dados e processos decisórios gerados pela máquina?”.
Formado em Engenharia Mecânica, com especialização em Ciência de Dados e Inteligência Artificial, Yuri já colaborou com empresas como Unilever, Electrolux, Michelin e Banrisul. Neste ano, passou a discutir mais intensamente a construção de um Marco Legal da IA no país. “Coordeno a iniciativa Sala do Futuro da IA, um projeto que tem a missão de dar à sociedade voz sobre o tema. As pessoas, portanto, trazem suas dores, apontam oportunidades e fazem recomendações para construirmos um futuro mais justo e igualitário no uso e desenvolvimento dessa tecnologia”, explica.
Yuri planeja mostrar as experiências vividas nessa atividade, que deu largada oficialmente em julho, na Campus Party de São Paulo (veja como foi aqui). “Quero mostrar que a IA é reflexo das nossas atitudes. Se queremos ter um futuro melhor, primeiro precisamos ser pessoas melhores”.
Para Luiz Pacete, a IA tornou-se um tema exaustivo, "às vezes até repetitivo". O grande desafio, neste momento, não é discutir a tecnologia, "mas encontrar as camadas que façam sentido para cada perfil de negócio e aplicações". Segundo ele, é menos sobre o hype e mais sobre os impactos de business e criativos.
Mauro Ramalho trará um exemplo prático para o uso da tecnologia pelas agências. A Publicis desenvolveu para a marca de alinhadores ortodônticos Invisalign um prompt que corrige dentes tortos e encavalados que surgem em imagens geradas por IA. A proposta da “Prompteeth” é auxiliar diretores de arte, designers e artistas digitais a criarem fotos com sorrisos perfeitos. “A iniciativa mostrou como, por meio de uma ideia relativamente simples, pudemos usar a tecnologia para resolver uma dificuldade real do dia a dia dos designers”, afirma. “Afinal, dentes e mãos são um problema na hora de produzir imagens via IA generativa”.
Para ilustrar esta matéria, por sinal, utilizamos um prompt no DALL-E, da OpenAI, dona do ChatGPT, pedindo uma imagem conceitual que expresse a importância da Gen AI - a Inteligência Artificial generativa - para os criativos do mercado de publicidade. O resultado está acima.
A Inteligência Artificial é tema ainda da apresentação do “near futurist” Neil Redding, “Orchestrating Reality: AI, Spatial Computing and the Near Future of Creativity”, que será no sábado, às 19h20. Para Redding, a Gen AI que já utilizamos hoje, vide o sucesso do ChatGPT, “representa um grande acelerador para a ideação, para a exploração do território criativo, e para nos levar a pensar fora das nossas próprias caixas” – leia mais aqui sobre esse painel.
No domingo (13), às 17h25, o holandês Jouke Vuurmans, fundador, sócio e CCO global da Monks, discutirá em seu painel “White Canvas ou Black Mirror?” como a tecnologia “tem reescrito o script criativo, há algumas décadas”. Para ele, a IA é a mais recente e, sem dúvida, “a mais impactante para a nossa indústria criativa”. Vuurmans abordará o lado “Black Mirror”, refletindo limitações, e “White Canvas”, oferecendo progresso criativo ilimitado.
Também no domingo acontecerá o painel “O craft nosso de cada dia versus o uso da Inteligência Artificial”. Na mesa, estarão André Maciel, fundador e diretor criativo do estúdio Black Madre, especializado em artes visuais e animação; Diego Guerhardt, diretor de criação da DM9; Humberto Cunha, diretor de criação global para Budweiser da W+K; Juliana Utsch, ECD da BETC Havas; e Luiz Evandro, diretor da People, empresa que acaba de chegar ao mercado, atuando na intersecção entre arte e tecnologia (leia mais aqui). A mediação será de Ricardo Moreira, diretor criativo do Estúdio Moreira, localizado em Caruaru (PE) e que é especializado em craft-retoucher (design e manipulação de imagens).
Walter Falceta
Veja aqui a programação do Festival do Clube 2024.
Este ano, temos os seguintes patrocinadores e apoiadores:
Patrocínio Premium (ordem alfabética): Globo; Grupo Papaki; Recôncavo Company.
Patrocínio Master: Santeria.
Patrocínio (ordem alfabética): Barry Company, Café Royal, Halley Sound, Heineken, Jamute, Landscape, Lew’Lara\TBWA, Modernista, Mr. Pink Music, MugShot, MyMama Entertainment, Nós – Inteligência e inovação social, O2, Paranoid, Piloto, Purpple, União Brasileira de Compositores, Unblock Coffee e We.
Apoio (ordem alfabética): Artmont, Antfood, Audioink, Canal markket, Canja Audio Culture, Carbono Sound Lab, Creative Group, Ellah Filmes, Estúdio Origem, Fuzzr, Mercuria, Monkey-land, Pachamama, Pródigo Filmes, Punch Audio, Sailor Studio, Soko (Droga5 São Paulo), Sondery, Tribbo, UOL, Vox Haus.
Sem estas empresas, NÃO haveria Festival.
Para você não esquecer: já está à venda o ÚLTIMO LOTE de ingressos. Por conta do sucesso alcançado no ano anterior, neste lote adicionamos o Ingresso Solidário. Aproveite 15% de desconto em troca de 1kg de alimento não perecível, que deverá ser entregue no dia do evento. Adquira o seu por meio da plataforma Sympla. Garanta sua participação o quanto antes, clicando aqui. Agências, produtoras, anunciantes comprem também seu lote de ingressos o quanto antes: temos pacotes com 5% de desconto para cinco ingressos, 10% para 10 ou 15% de desconto para 15 ingressos, entre em contato com o Clube pelo e-mail clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou mensagem para o Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881. Interessados em patrocinar o evento procurem o washington@clubedecriacao.com.br.
Serviço:
12º Festival do Clube de Criação - 12 e 13 de outubro - sábado e domingo - das 8h30 às 22h
Ingressos estão à venda na plataforma da Sympla (aqui). Garanta o seu.
Dúvidas ou desejo de se associar? clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881
Endereço Memorial: Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda
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