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Sustentabilidade, um dos desafios da moda
A 12ª edição do Festival do Clube de Criação, que irá acontecer nos dias 12 e 13 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo, irá promover discussões importantes para a sociedade. É o caso do painel “Desafios da indústria da moda: desaceleração e sustentabilidade”, no sábado 12.
De grupos como o Fashion Revolution à grade curricular dos cursos de moda e têxtil, a sustentabilidade no setor de vestuário é um assunto que ganha cada vez mais destaque. Entretanto, a realidade ainda apresenta desafios significativos, segundo a jornalista e fundadora do projeto Moda em Rodas, Heloisa Rocha.
“Existem vários movimentos que têm trabalhado para conscientização e pesquisa, mas, na prática, a moda sustentável enfrenta barreiras enormes, especialmente quando se trata de competir com grandes marcas estrangeiras e fast fashion”, afirma Heloisa, que será a moderadora da mesa.
Foi cobrindo uma edição do SPFW que a sergipana radicada em São Paulo entendeu o papel político do seu corpo de mulher com deficiência e percebeu que precisava falar sobre moda inclusiva. “Venho de uma família de costureiras e isso me ajudou muito a construir a minha identidade com moda”, explica a coautora do livro “Um olhar diferente sobre a moda” e da 1ª Cartilha sobre Teletrabalho para Pessoa com Deficiência e Pessoas Neurodivergentes.
“Uma pessoa que sofre um acidente, por exemplo, da noite para o dia muda toda a sua vida, inclusive seu guarda-roupa. As pessoas envelhecem e perdem audição, visão ou mobilidade e isso impacta também no vestir”, aponta. A jornalista destaca ainda a necessidade – e a dificuldade – de tornar a moda sustentável acessível a todas as camadas sociais. “Como falar para as classes C, D e E para consumir uma peça com pegada sustentável, mas por um preço maior?”, questiona.
A inclusão social na moda também está entre os pontos que Amanda Santos, CEO do Selo Retece (para gestão ambientalmente adequada de resíduos têxteis), pretende debater no Festival do Clube. “Sou periférica, moro em São Mateus (SP), que é um local bem carente. Sustentabilidade era um assunto rolando, lá em 2016, só nas classes altas”, relata.
Foi nessa época que Amanda começou a empreender no ramo da moda. Em feiras, divulgava sua marca entregando sacolas de algodão, no lugar de cartões de visitas. A iniciativa gerou tantos elogios e pedidos que ela não só entendeu a importância da sustentabilidade, como viu uma nova oportunidade de negócio.
Amanda lembra que tinha dificuldades para dar o destino correto às sobras de tecido. As recicladoras só aceitavam a partir de uma tonelada de recortes, algo inviável para ela armazenar ou transportar naqueles tempos.
Intrigada, Amanda passou a pesquisar sobre o tema, ajudou a desenvolver uma metodologia e escreveu um e-book sobre gestão do resíduo têxtil para pequenas empresas.
A produção sustentável, um dos pilares do slow fashion, se mostra complexa em um país no qual grande parte da fabricação têxtil é terceirizada para companhias de pequeno porte. Mas o desafio de levar o resíduo até a recicladora, que só recebia em grandes volumes, persistia. E, assim, nasceu o Retece, hub que conecta pequenas empresas a recicladoras, facilitando a gestão de resíduos têxteis.
“As pessoas sabem do resíduo pós-consumo, mas tem todo esse resíduo da etapa de corte, que o consumidor não vê”, destaca Amanda.
O Brasil descarta mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, segundo dados de 2022 da Abrelpe, entidade que recentemente uniu-se à Abetre, gerando a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).
Na verdade, o problema do descarte inadequado, seja pré ou pós-consumo, é mundial. Um exemplo marcante fica na cidade de Alto Hospício, no Deserto do Atacama (Chile), onde mais de 59 mil toneladas de peças de roupas e sapatos formam uma montanha que pode ser vista do espaço.
O local foi cenário do projeto “Atacama Fashion Week”, desenvolvido pela Artplan para a ONG Desierto Vestido, em parceria com a Fashion Revolution e o Instituto Febre (leia o que publicamos sobre a campanha aqui).
A ideia era reproduzir uma semana de moda com desfiles, produção de looks, profissionais qualificados – fotógrafos, estilistas, modelos e outros – para fazer pensar sobre consumo, hiperconsumo, necessidades, descarte e resíduo.
“O que o Atacama Fashion Week faz é grandioso no sentido de contribuir com um formato de comunicação, com uma linguagem que a gente vai precisar, daqui para frente, exercitar o tempo inteiro para não implodir essas pontes com a indústria, a sociedade, o consumidor, todo mundo”, observa Paula Lagrotta, head nacional de planejamento da Artplan, que assina o planejamento do projeto e que fará parte da discussão no painel.
“Fiquei supercontente com o convite do Clube de Criação, pois sou envolvida com a pauta ambiental”. Ela é sócia do marido, o velejador Alexandre Rezende, no projeto de upcycling Kitecoat, que há 10 anos transforma pipas de kitesurf em jaquetas.
Além de Paula, Amanda e Heloisa, a mesa terá mais dois profissionais que buscam construir um sistema mais equilibrado e sustentável para a indústria da moda e, com isso, para o planeta.
O estilista Sioduhi, fundador e diretor criativo do Sioduhi Studio, participa pela primeira vez de forma presencial do Festival do Clube. Em 2021, ele esteve na edição online do evento (no pós-pandemia). A marca expressa o orgulho da origem indígena e a resistência dos povos das florestas e cidades amazônicas.
O foco de Sioduhi é a moda responsável e com histórias coletivas, a partir de tecnologias ancestrais originárias. Eleito Personalidade Fashion Futures 2023 pelo Instituto C&A e vencedor do Concurso Ecoar pela Arezzo&Co, na categoria Processos, no ano passado, Sioduhi é também pesquisador do Futurismo Indígena na Moda e Design.
O estilista nasceu no Território Indígena do Alto Rio Negro, Amazonas, e além de fundar o Sioduhi Studio, desenvolveu a tecnologia ManioColor, um corante têxtil à base de casca de mandioca.
A mesa se completa com Nivea Pizzolito, gerente de sustentabilidade da C&A Brasil. Graduada em Gestão Ambiental pela USP e pós-graduada em Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade, ela trará sua sólida bagagem profissional em sustentabilidade e gestão corporativa, dividindo sua experiência na liderança, planejamento, execução e gestão de programas corporativos voltados para a sustentabilidade na C&A.
Veja aqui a programação do Festival do Clube 2024.
Este ano, temos os seguintes patrocinadores e apoiadores:
Patrocínio Premium (ordem alfabética): Globo; Recôncavo Company.
Patrocínio Master: Santeria.
Patrocínio (ordem alfabética): Barry Company, Café Royal, Halley Sound, Heineken, Jamute, Landscape, Lew’Lara\TBWA, Modernista, Mr. Pink Music, MugShot, MyMama Entertainment, Nós – Inteligência e inovação social, O2, Paranoid, Piloto, Purpple, União Brasileira de Compositores, Unblock Coffee e We.
Apoio (ordem alfabética): Artmont, Antfood, Audioink, Canal markket, Canja Audio Culture, Carbono Sound Lab, Ellah Filmes, Fuzzr, Mercuria, Monkey-land, Pachamama, Pródigo Filmes, Punch Audio, Sailor Studio, Soko (Droga5 São Paulo), Sondery, Tribbo, UOL e Vox Haus.
Sem estas empresas, NÃO haveria Festival.
Para você não esquecer: os ingressos já estão disponíveis. Adquira o seu por meio da plataforma Sympla. O atual lote, com desconto, é limitado. Portanto, garanta sua participação o quanto antes, clicando aqui. Agências, produtoras, anunciantes comprem também seu lote de ingressos o quanto antes (aqui). Nos vemos no Memorial da América Latina nos dias 12 e 13 de outubro, sábado e domingo. Interessados em patrocinar o evento procurem o washington@clubedecriacao.com.br. Até lá.
Dúvidas, sugestões, palpites, comentários? clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou mensagem para o Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881