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Festival do Clube 2024

Jouke Vuurmans (Monks): IA não é apenas sobre automação

18.10.24

A Inteligência Artificial (IA) tem se consolidado como uma das inovações mais impactantes no setor criativo. Na 12ª edição do Festival do Clube de Criação, o holandês Jouke Vuurmans, cofundador e CCO global da Monks, trouxe reflexões intrigantes durante o painel "White Canvas ou Black Mirror?". Ele propôs um questionamento direto: a IA deve ser vista como uma ferramenta que limita o potencial humano, ou como uma tela em branco que oferece possibilidades infinitas?

Com duas décadas de experiência, Vuurmans destacou o poder transformador da tecnologia no mercado publicitário e a ansiedade que pode provocar. "A cada novo avanço, criativos enfrentam o mesmo dilema: abraçar a inovação ou temer as consequências", afirmou. A expansão da IA, segundo ele, é um dos momentos mais desafiadores desse ciclo, já que ameaça automatizar funções antes restritas à criatividade humana.

Um exemplo apresentado por Vuurmans foi a campanha "Million Dollar Whopper", desenvolvida para o Burger King, na qual os consumidores podiam criar seus próprios sanduíches personalizados (leia mais aqui). Utilizando uma ferramenta alimentada por IA, a campanha gerou quase três milhões de Whoppers personalizados, revelando o potencial de engajamento do público em iniciativas criadas com a tecnologia. "A IA não é apenas sobre automação; é uma ferramenta para expandir a imaginação e a personalização em uma escala nunca antes vista", ressaltou.

Para Vuurmans, enquanto muitos criativos ainda veem a IA com desconfiança, o verdadeiro valor está em utilizá-la para romper com o marasmo criativo que domina o mercado. “Temos a oportunidade de reescrever as regras da criatividade”, disse, defendendo que, apesar das incertezas, a IA pode ser o motor de uma nova era de inovação.

Com um tom otimista, Vuurmans enfatizou a importância de contrapor a ansiedade com a empolgação. "O futuro do nosso trabalho não é se perguntar se a IA vai substituir os criativos, mas sim como vamos utilizá-la para criar algo que nunca foi feito antes", concluiu.

Maíra Carvalho

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