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Neil Redding: IA e a cocriação da realidade
O near futurist e CEO da Redding Futures Neil Redding falou sobre o tema Inteligência Artificial durante a 12ª edição do Festival do Clube de Criação, na palestra “Orchestrating reality: AI, spatial computing and the near future of creativity”.
Presença constante em eventos como o SXSW, o estadunidense começou traçando um paralelo entre as Ondas de 100 Pés e a Inteligência Artificial. Surfar uma onda gigante era algo que parecia impossível, até que novas pranchas e técnicas foram criadas. Para a IA “precisamos de novas abordagens, novos equipamentos, mas principalmente de um novo mindset”, explicou.
É difícil resumir cerca de uma hora de informações sobre a realidade que vivemos, como chegamos aqui e quais os próximos passos. Para os profissionais de criação, talvez esta frase ajude: “Nosso papel será mudar de diretor de criação para orquestrador de uma realidade participativa”.
Autor de livros e consultor, Redding falou sobre a convergência entre Inteligência Artificial (IA), os seres humanos e o ecossistema da natureza, algo que está redefinindo a maneira como criamos, ou melhor, cocriamos a realidade.
“Quando eu era criança, meu pai adorava dizer para mim, sarcasticamente, quando eu estava com alguma dificuldade: ‘quando todo o resto falhar, Neil, leia as instruções. E sinto que a natureza nos deu as instruções em forma de conexões neurais”, contou.
Assim como a natureza é profundamente conectada, a tecnologia também se desenvolve como um ecossistema e guia sua própria evolução. E conforme interagimos com ela, essa realidade - não objetiva e sim participativa - é criada em conjunto. Parafraseando Yoko Ono (ou Raul Seixas, nós, brasileiros, podemos alegar), ele defendeu: "sonho que se sonha junto é realidade".
Com exemplos da mecânica quântica, da neurociência e até do budismo, Redding apresentou sua teoria de que a realidade depende de nós e é cocriada.
A IA, segundo ele, evoluiu de uma ferramenta para um parceiro criativo, capaz de acelerar os processos e auxiliar na resolução de processos. Inclusive os criativos. E podemos assumir um papel ativo na cocriação da realidade, explorando as infinitas possibilidades que a tecnologia oferece.
Otimista, ele explicou que vê muito mais convívio entre os criativos e a tecnologia do que o cenário temido por muitos de perda de postos de trabalho.
Ele defendeu ainda que a fala ajuda a moldar a nossa realidade. Como quando o então presidente dos Estados Unidos John F Kennedy falou que o país iria para a lua, iniciando um processo que, de fato, levou o homem à lua.
Isso porque detemos há muito tempo a tecnologia mais importante: a linguagem. “Vamos começar do começo. No início, Deus disse: ‘Faça-se a luz’. E a luz veio. É a linguagem, ou a declaração, criando a realidade”, sustentou.
Se nós moldamos as tecnologias, elas também estão nos moldando. Por exemplo, criamos smartphones e redes sociais que transformaram a nossa sociedade.
“A ideia do filme 'Matrix' foi construída a partir da premissa de que o que pensamos ser realidade é uma simulação. Nesses 25 anos, descobrimos que o filme é quase um documentário”, brincou.
Computação espacial
Engenheiro de software, Redding estudou ciências da computação e filosofia. Em 30 anos como profissional de TI, surpreendeu-se com os Grandes Modelos de Linguagem (LLMs, na sigla em inglês), que nos levam à primeira tecnologia que funciona melhor conforme nós, humanos, interagimos com ela.
Com a ajuda da computação espacial, essa interação extrapola a barreira entre real e virtual. Ela nos dá a experiência de estar em outro lugar ou com outras pessoas, como acontece na imersão com óculos de realidade virtual.
Também permite a criação de objetos digitais 3D que podem ser inseridos em mundos imersivos ou mesmo em lugares físicos. Algo muito útil para demonstrações e treinamentos e algo que as marcas podem explorar, de acordo com Redding.
A computação espacial para tornar mais eficiente o trabalho de funcionários de supermercado, como demonstrou o near futurist. A empresa dele testou a realidade aumentada móvel inserindo um diagrama digital na frente das prateleiras, para que os colaboradores soubessem exatamente onde colocar os produtos quando estivessem repondo estoque, ou deixando pequenas notas virtuais para dar instruções rápidas.
Redding citou outros exemplos de como a IA traz novas oportunidades para empresas e marcas, como a de criar experiências personalizadas e envolventes para seus clientes. Ou resolver problemas que antes pareciam muito complexos.
Como é o caso da indústria da aviação, que lucra quando as aeronaves estão no ar. Para os empresários do setor, um grande desafio é quando um avião precisa ficar mais tempo no chão por problemas que os mecânicos não conseguem resolver na hora. Para resolver isso, foi criado um treinamento imersivo a partir de comando de voz e com uso de óculos de realidade virtual, que mostra as instruções e guia o profissional.
A computação espacial é essencial para operação de robôs, veículos autômatos, por exemplo. Combinada com a IA, pode nos ajudar com muitas outras coisas, até nos negócios.
“Tudo é possível. Marcas e negócios são das maiores forças do mundo e nós podemos cocriar o que quisermos. Podemos destravar muitos novos modos de criatividade”.
Orquestrando a realidade
“Como o maestro da orquestra produz uma sinfonia com muitos músicos, nosso papel é coordenar”. A partir dessa frase ele passou a mostrar exemplos do uso da IA na publicidade, citando marcas como Coca-Cola e Snikers.
Mostrou a campanha “Cadbury: Shah Rukh Khan-My-Ad ” (veja abaixo), criada pela Ogilvy e pela Wavemaker Mumbai, na qual a marca de chocolates Cadbury “emprestou” seu filme com o astro indiano Shah Rukh para pequenas empresas. As lojas locais puderam criar seu próprio comercial com o avatar do ator mencionando a marca.
Em outro exemplo, a cantora e atriz Jennifer Lopez convida pessoalmente as pessoas a embarcarem em uma viagem. Na verdade, era o avatar “Jen AI” quem fazia o convite. A campanha foi criada pela VML para a Virgin Voyages (saiba mais aqui).
Redding afirmou que a Inteligência Artificial vai permitir ao mercado publicitário avanços cada vez maiores, com a aceleração do processo de idealização à criação, com automações, personalização em tempo real, entre outros.
O near futurista acredita que estamos em um ponto no qual a realidade quântica se torna a nossa realidade. Juntas, essas tecnologias dão aos negócios o poder de ver, ter protótipos, testar e entregar novos produtos a uma velocidade exponencial.
E encerrou a palestra deixando duas provocações, ou dois "prompts", como preferiu chamar: “O que você fará com esse poder? E o que você vai cocriar com isso?”.
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