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Futuro do planeta

O plano da Adidas para acabar com resíduos plásticos

30.01.20

Todos os anos a Adidas produz em torno de 900 milhões de produtos no mundo. Deles, 400 milhões são calçados. Há ainda roupas, acessórios e equipamentos para atender as demandas de quem é atleta ou pratica algum esporte ou adere a um estilo de vida em que a marca pode fazer bonito. Isso significa empregar na fabricação uma grande quantidade de polímeros plásticos.

A questão é que esse material não é reciclável. E, muitas vezes, acaba nos oceanos. É o que ocorre com a maior parte dos players da indústria da moda (estudo da Ellen MacArthur Foundation indica que 60% dos produtos desse mercado são compostos de plástico). Mas a Adidas quer diminuir esse impacto sobre o planeta, aponta reportagem da Fast Company.

Para isso, traçou um plano amplo que visa eliminar resíduos plásticos em seus produtos e processos, o que foi anunciado recentemente pela companhia. Entre as medidas estão o uso de materiais reaproveitados, como os de garrafas recuperadas dos mares, e a criação de artigos totalmente recicláveis.

Segundo o comunicado, em que se reconhece como uma das grandes companhias que contribuem para a proliferação de resíduos plásticos, a Adidas decidiu adotar ações igualmente grandes. E, por isso, assumiu o compromisso de combater o problema por meio de investimentos em inovação e da construção de parcerias.

Criamos estratégias para assumirmos a responsabilidade pelo plástico que estamos introduzindo no mundo”, declarou James Carnes, vice-presidente de brand strategy da Adidas, para a Fast Company.

Em 2015, a fabricante deu início a um projeto mais robusto de sustentabilidade. Foi quando fez uma parceria com a organização Parley For The Oceans para reaproveitar em seus artigos o plástico extraído dos oceanos. Desde então, novos passos foram dados nesse sentido. Em abril passado foi lançado o Futurecraft Loop, um tênis de corrida que pode ser reciclado e transformado em outro produto, em um processo circular.

Neste ano, a ideia é expandir os esforços nessa área. Até o final de 2020, metade do poliéster empregado deverá ser de fontes recicláveis. Por volta de 2024, todo esse material será reciclável.

A marca terá também, a partir deste ano, dois "selos" para designar produtos com material reciclado. O PrimeGreen será aplicado em itens que utilizam poliéster derivados de garrafas de água. PrimeBlue será para artigos que têm plástico dos oceanos, parte da parceria com a Parley. Entre eles estão uniformes de alguns times de futebol.

Hoje não há tecnologia que permita eliminar o plástico de vez da produção. A esperança é que, com o passar do tempo, a indústria consiga obter materiais que possam substituir esses compostos.

Para desenvolver mais projetos sustentáveis, a companhia conta com seu laboratório de design, o Speedfactory. Com essa estrutura, a Adidas pode prototipar e lançar produtos em pequena escala.

Até 2030, a proposta é que a empresa reduza sua pegada de carbono em 30%. Para 2050 o objetivo é atingir a chamada neutralidade climática, quando o balanço das emissões de carbono chega a zero (a cada tonelada de CO2 emitida, uma tonelada deve ser compensada com medidas de proteção climática, caso do plantio de árvores, entre outros exemplos).

Outro aspecto importante do plano da Adidas é convencer o consumidor que é preciso reciclar os produtos. Uma das ideias é dispor de rótulos que facilitem a entrega dos calçados que já tenham cumprido seu primeiro ciclo de uso.

A Adidas informa ainda que os produtos e os processos que estão sendo pensados dentro desse plano farão parte de um novo modelo de negócios, que envolve o conceito de sistema circular. Isso quer dizer aumentar a vida útil de um produto, seja por meio de aluguel, reparo ou re-commerce (venda de itens usados). Ante essa ideia, um tênis poderia ser reciclado várias vezes até poder retornar à natureza. Para tanto, no futuro poderão ser utilizados, além de recursos naturais, materiais elaborados a partir de células e proteínas desenvolvidos em laboratório.

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