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Scaling up Diversity

Unilever quer financiar + startups lideradas por mulheres

27.02.18

A Unilever Foundry assumiu um compromisso global, durante o Mobile World Congress (que acontece em Barcelona até o dia 01º de março), de que em cinco anos, metade de todas as startups com as quais se relaciona tenha fundadoras mulheres.

Para ajudar a conduzir essa mudança, a Unilever Foundry anuncia uma parceria com a ONU Mulheres para integrar a Global Innovation Coalition for Change, aliança que conta com 22 parceiros e que tem o objetivo de promover a igualdade de gênero.

A promessa da gigante de bens de consumo foi feita depois que um estudo realizado pela MTM e encomendado pela Unilever -"Scaling up Diversity" - descobriu que 46% das startups acreditam que há um problema de desigualdade de gênero na indústria e que apenas 17% dessas empresas são fundadas por mulheres.

"Sabemos que, quando abraçamos a diversidade e a inclusão em organizações maiores como a Unilever, melhoramos em termos de criatividade, ideias e inovação - é um negócio crítico para nós", defende a brasileira Aline Santos, vice-presidente executiva, marketing global e chefe de diversidade e inclusão da Unilever.

A pesquisa ouviu 685 fundadores de startups globais nos EUA, Reino Unido, Índia e Singapura. Também incluiu 22 entrevistas mais aprofundadas com 22 fundadores ou diretores de startups nesses países.

"Por meio deste relatório, podemos enxergar uma grande questão de diversidade de gênero em empresas em fase inicial - do baixo número de mulheres fundadoras, à falta de apoio que as mulheres experimentam ao longo do ciclo de vida de suas empresas", comentou Aline. "Então estamos empenhados em alavancar o poder da Unilever para garantir que coloquemos luz sobre esta questão para que aumentem as oportunidades para as pessoas com talento liderar as novas empresas do futuro", completou.

A pesquisa descobriu que 61% das mulheres em startups não acreditam que haja modelos femininos suficientes. Mais de quatro fundadoras mulheres em cada dez (42%) disseram que o financiamento era o obstáculo mais desafiador para se estabelecer uma startup. "É péssimo saber que algumas das mulheres fundadoras enviam seus colegas do sexo masculino para falar com os investidores, porque elas simplesmente não são levadas a sério", lamentou Aline.

Sobre captação de financiamento, o viés de gênero foi considerado o maior fator de discriminação, acima do de etnia e de idade, segundo o estudo. Quase um quarto (24%) de mulheres fundadoras relataram que os investidores estavam menos dispostos a investir quando a liderança estava com uma pessoa do sexo feminino.

"Os investidores me questionaram muito sobre se eu seria capaz de gerenciar uma empresa e criar meus dois filhos, o que não é algo sobre o qual os homens são questionados", declarou uma fundadora de startup para os pesquisadores.

Mesmo após a captação de recursos, a discriminação de gênero continua, com 39% das mulheres fundadoras dizendo que se deparam com o machismo em suas atividades na empresa, como quando são marginalizadas em reuniões (83%) ou sofrem um mau tratamento ao defender a desigualdade de gênero (80%).

Essas mulheres também estão sob mais pressão do que os homens para provar que podem "fazer tudo", ao equilibrar suas vidas profissionais e pessoais. Isto é especialmente verdadeiro nos EUA e no Reino Unido, com uma expectativa sobre o tipo de "supermulher" que a pessoa precisa ser para gerenciar com sucesso uma empresa e ter uma família.

A Foundry é uma plataforma de relacionamento da Unilever com startups, que oferece mentoria e acesso a investimentos, leia mais aqui.

Scaling up Diversity

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