Acesso exclusivo para sócios corporativos

Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
Acesso exclusivo para sócios corporativos
Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
Por dentro da experiência gamer criada por Ambev e Black Duck
A indústria de games tem atraído cada vez mais marcas, mas frequentemente o interesse se manifesta de forma pontual, sem gerar uma relação de longo prazo com o público. Em busca de uma conexão mais aprofundada com os gamers, a Ambev decidiu seguir outro caminho, apostando em um projeto que começou neste ano e que já tem a segunda temporada garantida para 2022. É o Good Game WP – ou GGWP –, um circuito que envolve diferentes campeonatos de e-sports, com disputas de League of Legends (LoL), CS: GO (Counter-Strike: Global Offensive), Valorant e Free Fire, e uma premiação total de R$ 200 mil, o maior valor para um torneio do gênero no Brasil.
Neste mês, nos dias 20 e 21, o circuito deste ano chega à fase final, com disputas presenciais. Desde agosto, porém, gamers do Brasil inteiro vêm acompanhando os movimentos do Good Game WP (de “Well Played”, ou “bem jogado”, uma expressão do meio) num ritmo intenso. Isso porque a iniciativa, além do circuito, é uma plataforma de conteúdo produzido para as redes sociais e também para YouTube, Discord, Spotify, TikTok e Twitch. O cuidado com essa produção é tanto que até um estúdio montado em Pinheiros, na capital paulista, está contemplado no GGWP.
Desse modo, o projeto promove uma ampla experiência de games e e-sports. Ele surgiu da carência de eventos de grande porte no setor. A observação é de José Henrique Chuck Catani, fundador e CEO da agência Black Duck, de Campinas, que é especializada em jogos eletrônicos. Chuck é gamer e não apenas “entende a língua” dos jogadores como sabe o que agrada e o que não cai no gosto desse público. Por isso, ao idealizar o projeto, pensou que seria necessário contar com uma marca que realmente fizesse um investimento de longo prazo.
E o parceiro foi a Ambev, que entendeu a proposta e encampou o projeto. A área que abraçou o GGWP é a Together, setor novo na companhia que é ligado ao marketing de experiência. Para os eventos que a Ambev organiza, a equipe da Together tem como uma de suas missões negociar cotas. Um exemplo é o que trabalho que fazem para encontrar apoiadores para as lives de música sertaneja, que viraram sucesso de audiência no YouTube.
Quando o projeto chegou para a Ambev, a empresa percebeu que poderia juntar dois valores importantes. “Game representa um momento cultural que é ligado a um ‘passion point’. E isso é algo especial”, explica Vinicius Fernandes, gerente comercial e de marketing da Together.
Outra percepção fundamental para a parceria ter sido fechada: “Nunca jogamos nesse campo. Não podíamos ser protagonistas”, acrescenta Vinicius. Por isso, a Black Duck capitaneou toda a parte referente à organização do circuito, à produção do conteúdo e à escolha de apresentadores e influenciadores que ajudariam o GGWP a ecoar pela comunidade gamer.
Marcas parceiras
De fato, a Together sempre se alia a uma ou mais empresas dentro de um projeto. Se uma das marcas da Ambev decide apostar em um evento gastronômico, por exemplo, a equipe negocia os direitos desse ativo e busca parceiros com especialidade na área. A expertise da Together permitiu trazer junto do projeto empresas como Nubank e iFood. Pela Ambev, as marcas selecionadas foram Guaraná Antarctica e Fusion (veja mais abaixo um vídeo que fala mais das empresas que apoiam o projeto). O Nubank nunca tinha feito nada com o setor de games antes. "Às vezes é complicado conseguir patrocinadores para os eventos, mas quando entra uma Ambev na história, aí muda a história", afirma Chuck.
Por causa da pandemia, o GGWP aconteceu neste ano de forma online, mas para 2022 a intenção é realizar eventos presenciais em cidades como São Paulo, Recife e Porto Alegre, reunindo um público estimado em 600 mil pessoas. O eixo Rio-São Paulo tem a maior concentração de jogadores no Brasil, porém outras regiões no país contam com comunidades muito ativas, caso do Nordeste.
Conteúdo, influenciadores e circuito
Para criar conteúdo e atrair a comunidade, a Black Duck formou um time de especialistas em games. E é preciso mesmo ser assim já que o canal do GGWP no YouTube traz material diário. São apresentadores a jornalista Bárbara Gutierrez (com passagens por Omelete, UOL e IGN), o influenciador Henrytado (que começou sua carreira no YouTube falando de LoL) e os narradores Thauê Neves (já emprestou sua voz para títulos como World of Warcraft, Overwatch, Rocket League, Fortnite, PUBG, CoD, CS e Fifa) e Giovanni Rodrigues GigioEx (que é também podcaster, juiz e organizador de eventos pela Pokémon Company, tendo iniciado sua trajetória no e-sports como streamer, a pessoa que faz transmissões ao vivo de jogos, no caso).
Além disso, há um squad de embaixadores do projeto. O time também é composto por experts. Um desses nomes é o de Coldzera, ou Marcelo Augusto David. Coldzera é jogador profissional de CS:GO e tem fama internacional. Ganhou diversas premiações e foi Melhor Jogador do Mundo, sendo eleito duas vezes consecutivas (2016 e 2017) pelo The Game Awards (premiação internacional de games e e-sports). Também notório no CS:GO, faz parte dessa equipe Gabriel “Fallen” Toledo, outro jogador profissional tão referenciado que é tido como “padrinho” do CS Brasileiro. Popular em outro game e nas redes sociais, Nobru é embaixador do GGWP. Bruno Goes, seu nome real, é jogador profissional de Free Fire, uma modalidade que cresceu muito no mundo inteiro, inclusive, claro, no Brasil.
Duas mulheres brilham no squad: Nicolle Merhy, a Cherrygumms, e Taynah Yukimi, a Tayhuhu. A primeira começou sua história no e-sports como jogadora de Rainbow Six: Siege (R6). Atualmente, faz lives na Twitch, é CEO da Black Dragons (organização de e-sports que tem times de Point Blank, CrossFire, Fifa, PlayerUnknown's BattleGrounds, ou PUBG, e R6) e foi incluída na lista de personalidades de destaque no país com menos de 30 anos na categoria de e-sports pela Forbes Under 30. Taynah é streamer e jogadora profissional de Valorant pelo time B4 Angels.
Por falar em streamers, a equipe de influenciadores e embaixadores se completa com dois deles: Alessandro Antóquio, ou TheDarkness, que começou a transmitir jogos há mais de sete anos e foi um dos primeiros criadores de conteúdo do cenário gamer no Brasil, e Gustavo Gomes, o Baiano. Ex-jogador profissional de League of Legends (disputando campeonatos por mais de cinco anos), ele foi o primeiro brasileiro a jogar fora do país. Recentemente, lançou seu próprio time de Wild Rift (Mobile) chamado “Só Agradece”.
Jogadores profissionais não estão apenas nesse squad. Estavam nas disputas também. O circuito permitiu o encontro entre quem vive da atividade e os jogadores casuais. Esse embate representa um diferencial na proposta do GGWP. Afinal, quem não quer ter a chance de vencer um pro-player (como se referem aos profissionais)?
As inscrições para os campeonatos atraíram mais de quatro mil jogadores. As equipes ganhadoras em cada competição (LoL, CS: GO, Valorant e Free Fire) recebem R$ 50 mil (parte desse valor, R$ 5 mil, são de créditos para serem usados no iFood). Vale mencionar que as categorias a integrar o circuito foram escolhidas com o apoio de uma pesquisa feita para a Ambev pela Newzoo, uma referência em pesquisas e dados sobre o universo gamer. Ela analisou as preferências do público brasileiro.
Videoclipe
Como parte da estratégia para divulgar o circuito, foram criados um videoclipe e uma música para embalar o projeto: “GGWP”. O rapper Papatinho e as produtoras GeekMusic e Vandalo assinam a produção musical. Participaram do vídeo os cantores Pedro Qualy, Kant (que também é rapper), Felícia Rock e MHRap como personagens de LoL, Counter Strike, Valorant e Free Fire, respectivamente (veja mais abaixo e leia anterior a respeito aqui).
Kant, Pedro Qualy, Felícia Rock e MHRap vão fazer a cerimônia de abertura. E vai ter show nos dois dias das finais. O encerramento do circuito terá, além dos jogos, muito conteúdo, com a programação começando às 12h e avançando até 22h. “Geralmente, as modalidades têm campeonatos isolados. Nós teremos quatro na final”, diz Chuck. Ele lembra que, para a construção do projeto, a agência conversou com os desenvolvedores dos jogos (Riot Games, Valve e Garena) para respeitar os devidos campeonatos. “Esse é um desenho nosso”, completa.
As finais serão realizadas em um estúdio/ arena em São Paulo. O evento terá a presença de convidados. Devido à pandemia, ele não será aberto ao público, que poderá acompanhar as decisões nas transmissões do YouTube e da Twitch. A organização desta edição está funcionando também como uma espécie de preparativo para o GGWP do ano que vem. Que será outra experiência, já que a expectativa é ver os eventos lotados pela comunidade gamer. O desejo é criar até mesmo algo ao estilo olímpico.
Por Lena Castellón