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Justiça do Ceará proíbe venda de revista em todo o Brasil
A Justiça do Ceará proibiu a venda da revista IstoÉ em todo o Brasil. A decisão atendeu a um pedido do governador do Ceará, Cid Gomes, do PROS. Segundo reportagem publicada na revista, Cid Gomes seria um dos integrantes de suposto esquema de corrupção na Petrobras.
O governador acionou a Justiça na sexta-feira (12), movendo medida cautelar contra a Três Editorial, responsável pela IstoÉ, para impedir que a edição chegasse aos pontos de venda no final de semana.
A juíza Maria Marleide Queiroz, da 3ª Vara da Família de Fortaleza, concedeu liminar (provisória) que estabelece multa de R$ 5 milhões diários, caso nenhuma medida fosse tomada.
A IstoÉ esclarece que "estuda medida judicial que garanta seu direito constitucional de informar à sociedade assuntos de interesse público". A editora diz ter recebido a notificação da Justiça somente no sábado, quando a edição já estava nos pontos de venda.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (15), Cid Gomes informou estar processando a revista por calúnia, difamação e danos morais, além de ter declarado ser "vítima" de armações para minar seus esforços na disputa eleitoral do Ceará. O governador afirma que nunca teve qualquer envolvimento com o ex-diretor da Petrobras e que tudo não passa de fraude com fins eleitorais.
A Federação Nacional de Jornalistas classificou o episódio como censura prévia e lamentou que juízes de primeira instância possam interferir na liberdade de imprensa.
A Associação Brasileira de Imprensa repudiou a decisão da justiça do Ceará. Disse que se trata de um gravíssimo atentado, inconstitucional, contra a liberdade de imprensa e informação.
A Sociedade Interamericana de Imprensa, com sede em Miami, nos Estados Unidos, disse que esse é um caso grave de censura à imprensa e que não lhe é estranho porque a censura prévia judicial do Brasil é a pior da América Latina.
Com infos do Jornal Hoje