It’s Time To Get Animated

A ONG Inspiring Girls International apresenta a campanha "It's Time To Get Animated", criada pela MullenLowe de Londres e que busca fazer uma reflexão sobre a disparidade de gênero e os estereótipos que afetam as crianças.

A nova comunicação baseia-se na iniciativa "#RedrawTheBalance" (leia e veja aqui), do ano passado, que buscou lançar luz sobre o fato de que os preconceitos de gênero são formados entre os cinco e os sete anos de idade.

Segundo a agência, este ano, a campanha "centra-se em um dos principais reforçadores desses estereótipos: a indústria da animação."

"It's Time To Get Animated" pretende expor o viés de gênero nos desenhos infantis, em que apenas 29% de todas as personagens animadas são mulheres (segundo estudo do Geena Davis Institute). Estes modelos ajudariam a formar nas crianças uma visão pré-concebida sobre os papéis de gênero.

"Queremos facilitar que as meninas em todo o mundo tenham acesso a modelos femininos, não importa onde eles vivem. Esta campanha revela como, desde a tenra idade, as crianças recebem uma visão estereotipada do mundo. A falta de personagens femininas na animação é apenas o reflexo de uma sociedade desequilibrada e afeta a autoconfiança das meninas", argumenta Miriam Gonzalez, fundadora da Inspiring Girls International.

Um filme para internet (assista abaixo), dirigido por Sophie Markatatos, da Strange Beast, mostra uma animação de Sophie falando sobre como, em sua indústria, as personagens principais ainda são principalmente homens.

Quatro personagens femininas foram desenhadas para o vídeo: "Angela The Astronaut", por Lizzie Campbell; "Cathy The Carpenter", por Be Towers; "Sally The Scientist", por Ariane Pelissoni e "Carla The Coder", por Abigail de la Cruz.

Segundo a organização Women In Animation, nos bastidores da indústria criativa, apenas 20% dos animadores são mulheres. No entanto, para este trabalho, a agência montou uma equipe quase inteiramente feminina, incluindo a animadora, quatro ilustradoras, a editora, diretora, designers de som e produtoras.

"A indústria criativa e da mídia claramente desempenha um papel importante na percepção precoce de uma criança sobre o mundo e como elas enxergam seu lugar nele. As estatísticas são chocantes, tanto na tela quanto nos bastidores, e temos uma enorme responsabilidade sobre isso", destaca Richard Denney, ECD da MullenLowe London.

Leia sobre a campanha lançada no ano passado aqui.