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LED 2023

Globo encerra evento e comemora volume de público

19.06.23

O festival LED - Luz na Educação, chegou à sua segunda edição e aconteceu no Rio de Janeiro, nos dias 16 e 17 de junho, no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio (MAR).

Trata-se de uma iniciativa da Rede Globo, focada em educação, e que reúne gratuitamente interessados no tema, palestrantes e debatedores variados, bem como premia cases das mais diferentes regiões do Brasil.

O evento atraiu mais de seis mil visitantes, reunindo em dois dias 151 palestrantes e 76 atividades.

O primeiro painel do encontro, “Trajetórias ancestrais: como o passado pode guiar futuros plurais?”, foi mediado por Luciano Huck e teve a participação da escritora Ana Maria Gonçalves, do ator Lázaro Ramos e do professor, escritor e ator indígena Daniel Munduruku. A valorização dos professores e dos espaços educacionais foi destaque na conversa. Daniel falou sobre a importância da ancestralidade:

Ancestralidade é igual a uma teia de aranha, juntando os caminhos dos saberes de algo que não começa só em mim, mas que significa pertencer. O Brasil precisa construir sua teia. Precisamos de uma pedagogia do pertencimento, pensar no Brasil grande, uma teia da qual faço parte, seja do povo indígena, africano ou europeu. Somos um povo que precisa construir sua ancestralidade e a autoestima das nossas crianças, e não negar aquilo que somos”, defendeu. Daniel substituiu na mesa Ailton Krenak , que não pode comparecer devido a morte prematura de sua filha, a fotógrafa Mbeni Waré Costa Lacerda, aos 38 anos, ocorrida dias atrás.

Lázaro apontou que um caminho para a construção desse pertencimento citado por Munduruku é a educação. “O papel da escola e dos educadores é fundamental na construção da ancestralidade. É preciso conhecer a história do nosso país e, para isso, não tem como a gente não falar da valorização do professor. A ancestralidade se constrói também nas pessoas que constroem esse saber”, afirmou.

Ana Maria também destacou a importância de se ocupar espaços: ”A questão da representatividade pode ser uma grande armadilha. Acabam sendo os mesmos rostos, e somos diversos. A gente não vê nenhum branco representar todos os brancos, então não podemos representar todos os pretos. Meu papel é abrir espaços para que mais pessoas possam falar por si. Minha ancestralidade aponta para o futuro”, pontuou. E acrescentou: “Racismo foi uma palavra incluída no dicionário brasileiro apenas em 1982, ou seja, é uma discussão nova que anulou a nossa ancestralidade”.

O segundo dia de programação começou com a mesa “Como conviver e aprender com medo? Precisamos falar sobre as violências nas escolas”. Relembrando os ataques e ondas de massacre nas escolas, ocorridos nos últimos meses no Brasil, a mesa apresentou um debate sobre medo, racismo e masculinidade. Astrid Fontenelle mediou uma versão “pocket” do Saia Justa, com Gabriela Prioli, Larissa Luz e Bela Gil, convidando para a conversa a socióloga e especialista em violência escolar, Miriam Abramovay.

Desafio LED

Mais de 2 mil estudantes de todo o país enviaram ideias para solucionar problemas que observam no dia a dia de sua jornada educacional e cinco delas foram selecionadas para um pitch. O júri do Desafio foi composto por Bia Santos, empreendedora e fundadora da Barkus; Nathalia Arcuri, empreendedora e fundadora da Me Poupe!; e Wesla Monteiro, pedagoga e ativista pela educação.

Em primeiro lugar ficou Maria Eduarda de Carvalho, criadora da Entre Pontos, plataforma digital que visa conectar jovens estudantes que compartilham trajetos e rotas parecidas a fim de reduzir a vulnerabilidade nas ruas e ampliar o acesso às instituições de ensino, com prêmio no valor de R$ 85 mil.

Em segundo, Alexandre Carvalho, idealizador do Townquim, que ajuda estudantes da graduação até a pós-graduação a alcançarem uma inclusão produtiva; e que também recebeu o prêmio de R$ 85 mil.

Eurico Volpi ficou com o terceiro lugar, pela criação da Uni.launch, plataforma de colaboração, troca de serviços e desenvolvimento de projetos entre estudantes, tendo como moeda de troca a validação de horas complementares; e levando o prêmio de R$ 60 mil.

Andressa Silva se classificou em quarto pelo projeto ASDO Pesquisas, que tem como objetivo popularizar o conhecimento científico e melhorar a eficiência da realização das pesquisas científicas envolvendo seres humanos. Faturou o prêmio de R$ 40 mil.

Em quinto lugar ficou Lorena Trigueiro com o app Compartilhaí, que busca facilitar a doação, venda e aluguel de materiais de graduação entre os estudantes das faculdades públicas de Minas Gerais, reduzindo a evasão nos cursos dessas universidades. Ficou o com prêmio de R$ 30 mil.

LED 2023

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