Linhas de crédito estranguladas

Lojas Marisa se antecipa ao atual momento do mercado, pós descoberta de rombo bilionário das Lojas Americanas - que gerou escassez de linhas de crédito, especialmente para o varejo - e decidiu tentar reescalonar sua dívida junto aos bancos credores. Dívida que, segundo o jornal O Estado de São Paulo, chegaria a R$ 600 milhões.

Esse movimento de negociação junto aos bancos nada tem a ver com pedido de recuperação judicial, que fique bem claro.

A empresa já havia iniciado processo de reestruturação em 2017. Mas, obviamente, o cenário de pandemia enfrentado não ajudou a sanar os problemas. Pelo contrário. E, agora, as altas taxas de juros não são propícias a operações de fusão ou aquisição.

Lojas Marisa também passa por troca de comando: o diretor-presidente Adalberto Pereira dos Santos renunciou à presidência. Interinamente, Alberto Kohn de Penhas, atual vice-presidente comercial e executivo, assume o comando da empresa. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Lojas Marisa informa que o membro do conselho de administração, Marcelo Adriano Casarin, também renunciou ao cargo. Marcelo Pimentel, que esteve à frente da companhia entre 2019 e 2022, está agora no comando do GPA.

Lojas Marisa comunica que já iniciou o processo de seleção do novo presidente e contratou a BR Partners para assessorá-la na renegociação de seu endividamento financeiro e a Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos.

Desde 2017 a conta da empresa está na carteira da agência Africa.