Listas

Eu adoro listas pra organizar tudo o que eu tenho que fazer. Desde listinhas de supermercado, idéias, pra quem ligar, tudo.

Às vezes, até escrevo o que já fiz só pra poder cortar da lista e ter a sensação de que eu fiz mais.

Pra organizar a mudança de volta pro Brasil, minha vida se tornou uma grande lista. Então é assim, em pontinhos, que eu vou listar alguns dos emais recebidos depois do textinho de pré-despedida do CCSP.

Tirando os emails de trabalho (que seria deselegante da minha parte compartilha-los) e os de propostas de namoro/concubinato/escrava branca (que são deselegantes por si próprios), aqui vai um apanhado geral do que caiu no meu inbox de lá pra cá:

- incentivos, palavras fofas, indicações de vagas em Dubai, Berlim, Sorocaba, Florianópolis, Rio de Janeiro (pré-dengue).

- Encomendas: 1 tv de plasma, uma cadeira de shiatsu, um fogão gourmet com coifa, 5 iphones, uma caixa de donuts, uma mala de roupa velha (uma amiga de NY pediu para que eu trouxesse uma mala de roupas usadas para ser doada em Salvador).

- Um primo. Isso. Apareceu um primo distante desconhecido da família. O que vem a ser um sinal da recessão americana. Dá pra ver que a economia vai de mal a pior quando você encontra um primo mineiro no Brasil e não ilegal em Boston. 

O seguinte email ipsis literis: “Venha logo, a economia está ótima, todas as agências estão contratando e as mulheres estão horríveis. A miss Brasil engordou 5 quilos e namora o cara do KLB. Vem com fé.”

- Emails de redatores do Brasil interessados em pegar a minha vaga em NY.

- Um redator que escreveu perguntando se teria um estágio na agência que eu fosse. Eu ainda não sabia onde ia trabalhar mas gostei da 'estratégia combo', peça um redator e leve um estagiário.

Bom, acho que esses são os que eu lembro assim, agora.

Agora que eu cheguei há mais de uma semana e meia, o que tá pegando é a lista da adaptação à vida paulistana. Tô muito por fora do roteiro jet set Mario Ferraz. Segue a lista do que falta:

- um bebê com nome/apelido: Tom, Zé ou Chico
- um cachorro com nome de zelador: Onofre, Astolfo ou Guadalberto
- um Honda Fit (prata)
- uma sapatlha (dourada)
- uma máquina de café Nespresso
- um sutiã sem mamilos (curioso como todo camelô tem)

Mas isso tudo vai ser fácil. Dificil mesmo vai ser deixar crescer um cavanhaque.

Laura Esteves é redatora e grata aos emails citados acima e a todos os outros que chegaram.