Magazine Luiza

Nesta quarta-feira, 14, o Magazine Luiza anunciou a compra do Jovem Nerd, plataforma multimídia voltada para o público nerd e geek que surgiu como um blog em 2002 e cresceu ao longo dos anos criando verticais. O conteúdo do novo negócio da companhia será integrado ao superapp. É a sexta aquisição da empresa neste ano (leia sobre as cinco anteriores aqui).

Com esse acréscimo a seu portfólio, o Magalu procura ampliar o alcance do super aplicativo, bem como seu tempo de uso. O negócio permite expandir a audiência já que a rede conta com CanalTech (comprado em 2020) e Steal The Look (site de moda adquirido neste ano), além do próprio Magalu. Aumenta também o alcance e a relevância do MagaluAds.

Sem revelar valores, o Magalu informa que o acordo possibilita ainda reforçar os serviços de tecnologia oferecidos aos parceiros por meio do Magalu as a Service (MaaS). “A aquisição do Jovem Nerd fortalece nossa marca, nossa plataforma e nosso alcance de conteúdo. É mais um passo importante no planejamento da empresa para a digitalização do varejo brasileiro”, declara Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios do Magalu.

Foram adquiridos pela rede neste ano: VipCommerce (plataforma de supermercados), ToNoLucro (app de delivery de alimentos prontos), GrandChef (plataforma de tecnologia para pequenos e médios restaurantes) e Steal The Look.

Nascido há 19 anos pelas mãos de Alexandre Ottoni e Deive Pazos, o Jovem Nerd passou por evoluções importantes. A plataforma produz conteúdo sobre diversos temas da cultura nerd, como cinema, séries, games, história e ciência, material que vai ao ar no site, no YouTube ou via podcast. Entre seus títulos estão NerdCast, NerdOffice, NerdBunker, NerdPlayer e Nerdologia.

São mais de 5,5 milhões de inscritos em seus canais no YouTube e seus programas já superaram a marca de 1 bilhão de views na plataforma. Nas redes sociais, o Jovem Nerd tem mais de 1,3 milhão de seguidores no Instagram e cerca de 3 milhões no Twitter.

Pioneirismo em podcasts

Na área de podcasts, o Jovem Nerd é uma grande referência. A plataforma foi pioneira no segmento no Brasil: lançou o NerdCast em 2006. O programa é um dos líderes de audiência e relevância entre as produções do gênero no país. Foi um dos primeiros a adotar o branded content. Em 2019, o Nerdcast alcançou 1 bilhão de downloads, sendo o primeiro podcast no Brasil e o terceiro no mundo a atingir essa marca.

O conteúdo produzido pelo Jovem Nerd, independente do formato, continuará sendo disponibilizado por meio dos canais atuais. Galanternick afirmou que a liberdade editorial está mantida. E as possibilidades de criação de material premium e de branded content estão abertas. Pelo lado do Magalu, a companhia irá fornecer apoio ao lado administrativo e comercial, permitindo que Ottoni e Pazos se concentrem no desenvolvimento de projetos, que podem atingir distintos alvos.

Público de cultura pop

“Nosso público cresceu com a gente. Sempre foi muito diversificado. Nesse tempo, vimos muitos sites surgirem, mas muitos minguaram porque ficaram numa só vertical. Quando começamos o podcast, resolvemos investir bastante nele. No YouTube também. Nossas verticais foram amplamente abraçadas e temos diferentes perfis de público”, contou Ottoni.

Pazos completou, esclarecendo que “nerd” para eles significa alguém curioso, com interesses que vão além do superficial. “Pode ser um nerd de fotografia”, exemplificou. Ele ponderou que o público de cultura pop está cada vez maior e vem gerando interesse geral entre marcas. “Antes conteúdo nerd era visto como algo de nicho”, disse. Hoje, podem se transformar nas maiores audiências televisivas do mundo, caso do que o Disney+ tem conseguido com séries como “Wanda Vision”.

Com apetite para aquisições e, dentre tantos produtores de conteúdo, por que o Magalu escolheu o Jovem Nerd? “A gente busca identificar se a empresa tem alcance, se tem conexão com a audiência, além de ter aderência de valores com os nossos”, respondeu Galanternick, que destacou também que a plataforma sempre foi rentável. 

O Magalu está de olho nas conexões que o negócio pode oferecer. Uma das questões é como fazer com que os parceiros do market place usem o inventário. Além de aumentar o potencial de receita de publicidade, o Jovem Nerd pode gerar oportunidades com a produção exclusiva de livros, HQs, games e action figures.

Lu no Jovem Nerd?

Lu, influenciadora digital da rede varejista, poderia ganhar conteúdo próprio assinado pelo Jovem Nerd? Galanternick disse que o negócio é como uma página em branco. Ou seja, ela poderia sim ter um projeto, bastando conectar os times do Magalu e do Jovem Nerd. Desse esforço pode surgir, talvez, um podcast da influenciadora da companhia.