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Desafios de 2 festivais em um setor que disputa o público e as marcas
A produção do C6 Fest está em ritmo acelerado já que o evento, novo festival a entrar para o calendário cultural do país, está a poucos dias da abertura. Dividido entre duas cidades, São Paulo e Rio de Janeiro, ele abre suas portas na próxima quinta-feira, 18, no Vivo Rio, no Aterro do Flamengo, enquanto na capital paulista irá ocupar parte do Parque Ibirapuera. Esta é a primeira edição do C6 Fest, mas ele chega como “renascimento” de outro evento emblemático, afirmam seus organizadores.
Renascimento pode ser uma palavra aplicada também para o mercado, que vive um ano repleto de atividades. Se 2022 representou a retomada depois dos efeitos da pandemia, esta temporada traz o desafio de conquistar o bolso do consumidor e o interesse dos patrocinadores. Ao longo de 2023, já foram contabilizados mais de 40 evento do gênero no país.
Dentre os grandes festivais com atrações internacionais, o Brasil vê a estreia do The Town (da Rock World, que responde pelo Rock in Rio e irá promover o Lollapalooza Brasil 2024), a volta de uma grife eletrônica, o Tomorrowland, e o nascimento de uma marca que traz as raízes de outra, o C6 Fest.
No calendário de festivais musicais, é preciso dizer que um dos eventos que irá acontecer pela segunda vez no Brasil, o Primavera Sound, também trocou “de mãos”. Antes organizada pela Live Nation, a festa agora está com a T4F que, por oito edições, realizou o Lolla Brasil, a última em março passado (leia mais a respeito do fim desse acordo aqui).
O Primavera Sound será realizando no Autódromo de Interlagos, em 2 e 3 de dezembro. No mesmo local, em setembro (dias 2, 3, 7, 9 e 10), acontecerá o The Town. Como se não bastassem as turnês internacionais, o mercado tem na agenda grandes festivais como: Mita (27 e 28 de maio no Rio e 3 e 4 de junho em São Paulo), Best of Blues and Rock (2 a 4 de junho, em São Paulo), João Rock (3 de junho, em Ribeirão Preto/ SP), Coala (15, 16 e 17 de setembro, na capital paulista), Rock the mountain (4, 5, 11 e 12 de novembro em Itaipava/ RJ) e Afropunk Bahia (18 e 19 de novembro, em Salvador).
Para entender os desafios do setor em um ano tão aquecido, o Clubeonline conversou com os organizadores do C6 Fest e do Tomorrowland - outras empresas foram procuradas pela reportagem. Confira como as produtoras desses eventos, que têm propostas diferentes, estão se preparando para conquistar o público e as marcas.
C6 Fest
A organização do festival está sob o comando da Dueto Produções, de Monique Gardenberg, profissional de referência na área. No Rio, ele acontece entre os dias 18 a 20 de maio. Em São Paulo, os shows vão ocorrer entre 19 e 21 de maio. No line-up, nomes como Samara Joy, Kraftwerk, Underworld, Arlo Parks, Jon Batiste, Caetano Veloso, Tulipa Ruiz e Linn da Quebrada, com direito a homenagens musicais. A organização contou com um trabalho de curadoria feito por gente como Hermano Vianna e Ronaldo Lemos.
O naming rights é do C6 Bank. Outras marcas entram como patrocinadoras: Heineken, MetLife, Mastercard e Pernod Ricard. Clientes do banco têm vantagens exclusivas para aquisição de ingressos.
Alexandra Pain, CMO do C6 Bank, contou ao Clubeonline que ela teve a ideia de criar um festival que resgatasse o legado do Free Jazz, evento que foi organizado pela Dueto e se tornou um marco. Ela buscou Monique e as conversas engrenaram rapidamente. “Conseguimos reunir artistas consagrados e novos nomes da cena mundial no C6 Fest, que também deve entrar para a história dos festivais de música”, disse.
Para Alessandra, a realização do festival representa a continuidade da estratégia que o C6 Bank adotou desde o início de suas operações: “posicionar-se como uma marca aspiracional que faz parte da vida dos clientes de forma fluida”.
O conceito adotado pela instituição é “C6 Bank. É da sua vida”. A executiva salientou que, nos últimos anos, foram desenvolvidas ações com esse foco, entrando na vida dos clientes de maneira natural. “É esse o contexto da decisão de realizar um festival, mas também a estratégia por trás de outras decisões, como a de patrocinar a SPFW”.
O C6 Bank, que já apoiou shows como os de Norah Jones e Joss Stone, tem divulgado o festival com anúncios em diversas mídias, incluindo OOH em São Paulo, por meio de ativações em redes sociais e com a parceria de influenciadores. “Já fizemos ações com diversos públicos, como viajantes, investidores, comunidade LGBTQIA+ e, agora, com o C6 Fest, estamos fazendo essas ações com fãs de música”, explicou.
Pelo lado de quem produz e organiza o evento, há desafios que vão desde a contratação de fornecedores – que têm de cumprir com a legislação trabalhista – à conquista de mais apoiadores. Nesta entrevista, Monique Gardenberg, diretora e fundadora da Dueto, fala mais sobre isso.
Clubeonline – Quando surgiu a ideia de criar o C6 Fest?
Monique Gardenberg – O festival começou a renascer em 2022, após um telefonema da Alexandra Pain, do C6 Bank. Fã do Free Jazz Festival, ela sentia falta de um evento diverso e íntimo. Ficamos animadíssimos e imediatamente reunimos os curadores para trabalharmos na concepção do C6 Fest.
Clubeonline – Como o evento está posicionado no mercado, que está aquecido com a chegada de outro festival com potencial de atrair um grande público e com o retorno de outro evento com marca internacional?
Monique – Na sua primeira edição, o C6 Fest chega com um formato que ainda é um diferencial. O line-up diverso e potente, através da excelência histórica da curadoria, chancela o seu lugar no panorama musical brasileiro.
Clubeonline – Conquistar o público brasileiro dentro do mercado de festivais é um dos desafios? Afinal, tem bolso para tanto?
Monique – Sim, é um enorme desafio. O grande número de eventos engarrafa o calendário anual das cidades e dificulta o processo, começando pela dificílima definição de datas, pela concorrência por espaço na mídia e por destaque na imprensa para chegar ao grande público. Ainda assim, o C6 Fest se diferencia no formato e na aposta da escalação de um line-up diverso e inovador. Por ser único em sua proposta, acreditamos que atingiremos um público que reconhece essas escolhas e busca uma experiência singular.
Clubeonline – Quais são os desafios de realizar hoje um evento como o C6 Fest: local, atrações, parcerias para viabilizar o projeto, adesão do público, cobertura, contar com um ecossistema que respeite direitos trabalhistas?
Monique – É um quebra-cabeça. Os locais precisam garantir segurança, facilidade de acesso e espaço adequado, e não temos muitos disponíveis. No nosso caso, a adaptação aos limites de horário, por conta das leis vigentes, foi um grande desafio. Em um projeto desse porte, especialmente na reta final, o produtor precisa estar atento a cada contratação, de modo a garantir valores justos e condições de trabalho adequados.
Clubeonline – A esse respeito, como o mercado pode garantir que os fornecedores vão respeitar a legislação trabalhista?
Monique – Através da fiscalização atenta da própria produção, em conjunto com o departamento jurídico, de modo a evitar qualquer desvio.
Clubeonline – Qual o peso da curadoria dentro da proposta de vocês? Como montaram esse time e o que norteou a decisão de convocar esses curadores?
Monique – Desde a sua criação, em 1985, o festival tem na excelência da sua curadoria sua pedra fundamental. Nesta edição, o nosso antenado time de curadores conta com nomes que estão conosco desde a primeira edição, como José Nogueira, e estreantes, como Felipe Hirsch, além de Ronaldo Lemos, Hermano Vianna e Pedro Albuquerque, que nos acompanham há muito tempo. A escalação tem como premissa a busca pelo que há de mais relevante e efervescente nas cenas internacional e nacional contemporâneas.
Clubeonline – Sobre patrocínio, que marcas se juntaram ao projeto? Como será a ativação? Ainda buscam mais patrocinadores?
Monique – Heineken, MetLife, Mastercard e Pernod Ricard. Cada marca terá um espaço e uma ativação inédita dentro da área de convivência, o Village Mastercard, onde todos os públicos podem se encontrar antes, entre e depois dos shows. Sempre estamos abertos para novas parcerias que tragam valor ao evento.