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Campanha discute diversidade, assédio, preconceito e afins
No Brasil, apesar de 53% da população ser negra, a cada mil funcionários nas 50 maiores agências do Brasil, apenas 35 são negros. Além disso, 90% das mulheres e 76% dos homens do mercado de comunicação de São Paulo já sofreram algum tipo de assédio, seja moral ou sexual. Nenhuma mulher, branca ou negra, preside uma entre as 20 maiores agências do país e o número de pessoas do sexo feminino na área de criação é menor que 20%.
Todos esses dados alarmantes reunidos pelo coletivo sem fins lucrativos Papel & Caneta, composto por líderes e jovens de diferentes agências do mundo, contextualizam o lançamento da campanha "Meu Melhor Defeito", cujo objetivo é construir uma ponte entre a indústria publicitária e uma nova geração de profissionais que se sente forçada a se adaptar a uma realidade muitas vezes hostil.
A iniciativa foi criada durante um workshop de quatro dias promovido pelo coletivo na sede da AKQA em São Paulo, que contou com a participação de mais de 50 pessoas, incluindo nomes como Spartakus Santiago, que tem mais de 400 mil seguidores no Facebook; Gabriela Rodrigues, planner da Ogilvy, que recentemente criou um guia de linguagem não sexista; e Raphaella Martins, uma das idealizadoras do programa de diversidade 20/20 na J. Walter Thompson (agência que até 2020 quer ter 20% de seu quadro de funcionários preenchido por profissionais negros).
A campanha fala sobre como lidar com temas como machismo, sexismo, assédio moral, homofobia, falta de diversidade, saúde mental, concorrência e maternidade, e é composta por um filme (assista abaixo), dirigido pela dupla Brendo Garcia e Adriano Gonfiantini e produzido com o apoio da Paranoid, além de vídeos no Instagram, captados pelo coletivo Pujança (comandado pelas videomakers Carol, Camila e Karol, da periferia de São Paulo), com depoimentos de mais de 30 jovens que conduzem projetos em diferentes frentes.