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Moderação de conteúdo nas redes

Brand Safety: a questão do momento para as marcas nos EUA

28.01.25

A decisão da Meta de flexibilizar a moderação de conteúdo em suas plataformas, anunciada no início do mês, ainda repercute entre os anunciantes nos EUA, país que agora vive uma nova fase política, sob o governo do republicano Donald Trump.

Embora em recente reunião de lideranças da big tech com executivos de grandes marcas o tom tenha sido de comprometimento total com brand safety, não é esse o sentimento que as empresas estão experimentando, aponta reportagem do The Washington Post.

No dia 17 de janeiro, aconteceu um encontro virtual em que líderes da Meta abordaram as medidas que os anunciantes podem tomar para evitar que suas campanhas apareçam perto de discursos que considerem ofensivos ou que classifiquem como desinformação. Mas as marcas manifestaram suas preocupações para a empresa e para suas agências nas últimas semanas. As ferramentas disponíveis hoje podem não ser suficientes.

Afinal, a Meta, ao mudar sua política de moderação de conteúdo, permitiu o uso de expressões que antes eram proibidas. Ela deixou para os usuários o trabalho de policiar o que for ofensivo, criminoso ou fake news, por meio de “Community Notes”. Para os anunciantes, caberá o papel de ajustar suas configurações para evitar o que considerarem questionável.

Defendeu-se na reunião online a mudança da frase “discurso de ódio” para “conduta de ódio”, alteração realizada no dia 08 de janeiro no documento que trata sobre as diretrizes da comunidade.

De acordo com a reportagem do Washington Post, a vice-presidente de política de conteúdo da Meta, Monika Bickert, argumentou que o expressão até então usada tinha “significados diferentes para pessoas diferentes". A big tech, segundo ela, quer remover conteúdo que contribua para riscos de segurança, mas também quer permitir que as pessoas falem de modo que não seja “excessivamente restritivo".

A mudança na postura da Meta indica para as empresas, conforme o Washington Post, que o conceito de brand safety está em declínio. Em 2020, mais de 500 marcas, entre elas Coca-Cola, Ford e Starbucks, lembrou Adweek, boicotaram o Facebook ao aderirem ao movimento #StopHateforProfit. Tratava-se de um protesto pela forma como a plataforma lidava com o discurso de ódio e a desinformação. Atualmente, não se imagina que os anunciantes façam semelhante manifestação. Muitos têm investimentos importantes nos produtos da Meta.

Além disso, o brand safety entrou no território da política, como demonstrou o deputado Jim Jordan, presidente do comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Estados Unidos e notório apoiador de Trump.

Ele lançou uma investigação sobre a fusão entre Omnicom e Interpublic e, entre os pedidos feitos, está receber todos os documentos relacionados a brand safety. Jordan quer saber que vínculos há entre as holdings e um grupo de anunciantes que o X, de Elon Musk, acusou de boicote ilegal à plataforma.

O Washington Post informou ainda que, antes da eleição presidencial, a Association of National Advertisers (ANA) encerrou discretamente um projeto de brand safety chamado “Engage Responsibly”, que foi criado em 2020 e que visava combater o discurso de ódio no ambiente digital.

Quem acessar o site hoje verá que ele foi desativado. A ANA não comentou a decisão com a reportagem do jornal.

Acesse a matéria do Washington Post na íntegra aqui.

 

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