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Mordida na maçã

A história por trás do famoso ícone da Apple

01.08.19

Nascida em 1976, a Apple se tornou um ícone em diversos sentidos. Na tecnologia, no mundo dos negócios e da comunicação e também no design. Recentemente, um de seus nomes mais fortes na área se desligou da empresa: Jony Ive. O então Chief Design Officer saiu da companhia para montar um estúdio independente que conquistou, de imediato, a conta da Apple. Ive criou a LoveForm (leia aqui) após mais de 20 anos na empresa fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak.

Há outro designer importante na história da Apple. É Rob Janoff, que criou o logo que se tornou famoso mundialmente, o da maçã mordida. Antes havia sido encomendado ao designer Ronald Wayne um logo para a empresa que estava para lançar seu computador. Era preciso ser uma criação que juntasse os ideais hippies dos fundadores e mais o espírito de utopia tecnológica que se vivia no Vale do Silício. É o que conta o The Drum, que resgatou a história de Janoff e o entrevistou hoje, 43 anos depois de ter surgido o ícone (veja a matéria completa aqui).

O primeiro desenho da Apple, em tons de preto e branco, trazia Issac Newton sentado debaixo de uma macieira e ladeado por uma frase: "Newton… A mind forever voyaging through strange seas of thought… alone". Mas a proposta era muito complexa. E não era isso que os dois Steves buscavam para o logo, como relata o The Drum. Era preciso algo que refletisse a singularidade da companhia e que ajudasse a apresentar o computador doméstico como um produto acessível até para as famílias que ficavam com um pé atrás quando se tratava de tecnologia.

Com a Apple, tudo era diferente. Jobs escolhera o nome da empresa depois de visitar uma fazenda comunitária de maçãs, onde tudo era divertido, espirituoso e nada intimidante. Janoff diz que ele e Jobs se sentiam distintos das pessoas que trabalhavam nas concorrentes como IBM. Ambos usavam cabelos compridos e se vestiam à moda da contracultura, ostentando com orgulho seus estilos.

Sem fofura

O brief recebido de Jobs foi bastante simples, revela Janoff. Não tinha a ver com Adão e Eva, como muitas pessoas imaginavam. Como a ideia estava concentrada na maçã, foi necessário encontrar uma maneira de tornar a fruta facilmente identificável. Ela podia ser confundida com uma cereja ou um pêssego. Daí veio a ideia da mordida. Para que qualquer um pudesse bater o olho e reconhecer imediatamente o que o desenho representava. “O brief foi realmente um não-brief. A única orientação de Jobs foi ‘não o faça fofo’”, afirma Janoff ao The Drum, entre risos.

Outra revelação do designer - que foi procurado pela dupla na época em que trabalhava na agência Regis McKenna (criando campanhas para a IBM) - é a inspiração no filme animado “Submarino Amarelo”, baseado na música dos Beatles, que viu cerca de dez vezes e sob “todas as diferentes formas de consciência”.

Sobre as cores, ele comenta que, naquele tempo, o que era high-tech vinha invariavelmente em azul. Mas o Apple II, computador lançado pela companhia, era o único que permitia ver imagens coloridas. Adicionar cores ao logo, portanto, demonstraria de modo simples as capacidades técnicas superiores do novo equipamento. O resultado final é descrito por Janoff em três palavras: cor, forma e simplicidade.

O designer trabalhou para a Apple por quatro anos. Depois, ele se mudou para Nova York, onde passou por diversas agências. Anos mais tarde chegou a oferecer seu trabalho via plataforma Fiverr, que tem uma relação de serviços freelancers.  Seu estúdio fica em Chicago. Confira o site de Janoff aqui.

Mordida na maçã

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