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Gil Viana, Mugshot
Neste Dia Internacional da Mulher, o Clubeonline traz uma série feita com mulheres que criam e/ou produzem áudio no mercado publicitário.
Um número que historicamente sempre foi diminuto, mas que agora começa a ganhar musculatura e crescer. Que bom!
A primeira entrevistada é Gilvana Viana Cruz, a Gil, CEO da Mugshot – e CEO também da Casablack e da Punks SA.
Clubeonline – Conte brevemente como surgiu sua história com a música.
Gilvana Viana - Desde criança eu amo ouvir música e dançar. Na minha casa, nunca faltou música. Nasci na Bahia, que é um dos berços da música brasileira, mas também sempre consumi música internacional, como jazz e blues.
Clubeonline - Como começou a produzir para o mercado publicitário?
Gil - Eu fiz especialização em marketing e, com isso, fui contratada por produtoras de imagem reconhecidas no mercado, como Cubo Filmes, Zohar Cinema e Film Planet. Após essas passagens, em 2012 eu decidi abrir a produtora de som Mugshot, com meus sócios. Foi uma escolha para unir paixões: publicidade e som, ter minha própria empresa e estar mais próxima da minha família.
Clubeonline – Passou ou passa por dificuldades, envolvendo, por exemplo, preconceito, neste universo?
Gil – Seria muita ingenuidade minha dizer que nunca passei por preconceito ou discriminação no mercado de trabalho. Já estou no mercado da publicidade há mais de 20 anos. Então, a única diferença é que antes as situações eram um pouco mais explícitas. Hoje em dia, é mais velado e disfarçado. Infelizmente, eu sinto que muitas pessoas se dizem antirracistas e apoiadores das mulheres porque está na moda, mas continuam discriminando e silenciando as mulheres, e sobretudo as negras. Está na hora de mais ação dentro dos discursos e teorias.
Clubeonline – Você sente que ainda há poucas mulheres sendo reconhecidas e criando nas produtoras de áudio ou acredita que hoje este cenário mudou?
Gil – Sim. Na verdade, eu não sinto, mas vejo. É visível que existem poucas mulheres sendo reconhecidas nas produtoras de áudio. Esse universo ainda é predominantemente masculino. Gosto sempre de trazer o recorte racial também. Com isso, preciso reforçar que é um universo masculino e branco. Isso ocorre porque a indústria do som reflete o mercado, de maneira geral. Ao analisarmos os dados, percebemos que mulheres negras em cargos de liderança não passam de 1%. Em contrapartida, somos 28% da população brasileira (o maior grupo existente). Ou seja, somos sub representadas em qualquer segmento. Isso se dá pelo preconceito e pela segregação velada.
Clubeonline – Dos seus trabalhos feitos para propaganda, quais você destacaria? Por quê?
Gil – Tenho muitos projetos especiais, mas gosto de unir grandes marcas com grandes artistas da cena, em trabalhos que tenham identidade. Já produzi trilhas exclusiva com Baiana System para Apple; Vanessa da Mata para Westwing; Nina Fernandes para Nestlé, entre outros.
Clubeonline – Fora do universo da publicidade, o que te move? Você está em outros projetos que envolvem música?
Gil – Fora da publicidade, estou muito feliz com os podcasts, como a produção executiva do “Mano a Mano”, do Mano Brown. Um projeto que, de fato, fura a bolha da informação e promove diálogo e conexão. Além disso, o que me move verdadeiramente é a minha família, meus filhos. Tudo que eu faço é pensando neles. Estamos em produção de um projeto delicioso que é a formação de jovens talentos musicais, neste caso são quatro meninas.