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Criação da AKQA Brasil vira projeto global
Às vésperas do início da Copa do Mundo de Futebol Feminino, na França, um projeto criado no Brasil que procura dar visibilidade para mulheres esportistas ganhou dimensão global. Lançado no dia 23 passado, o Museu do Impedimento, uma experiência digital colaborativa desenvolvida pela AKQA Brasil para o Google Arts & Culture e o Museu do Futebol, tem uma versão internacional que, como a iniciativa brasileira, pretende resgatar documentos e arquivos de imagem e áudio de boleiras esquecidas pela história.
O projeto nasceu com a intenção de encontrar notícias e informações sobre futebol feminino. Pouca coisa aparecia nas pesquisas da agência. Para a equipe da AKQA, foi um choque saber que o esporte foi proibido para as brasileiras. “Mais chocante ainda foi descobrir que o mesmo aconteceu em outros países, como Inglaterra (de 1921 a 1971), Alemanha (de 1941 a 1971) e França (de 1941 a 1971). Apesar do impedimento, muitas mulheres seguiram jogando, mas suas histórias nunca foram contadas por órgãos oficiais”, afirma Diego Machado, ECD da AKQA.
Diante disso, junto com o Google, a agência decidiu ir atrás de histórias da proibição de diversos países, lançando assim o Offside Museum na quinta-feira 30. “O Google Arts & Culture está baseado na França, em Paris. A Copa do Mundo acontece lá. Isso tudo, somado ao fato de outros países europeus terem histórias de proibição, fez com que ampliássemos as buscas por histórias”, diz Machado.
Nos mesmos moldes da proposta do Museu do Impedimento, a ideia do Offside Museum é que as pessoas compartilhem histórias, fotos e informações no site criado pelo projeto (leia o que publicamos sobre a ação no Brasil aqui). Toda curadoria, validação e certificação dos materiais é feita pelo Museu do Futebol, explica Machado. Ele acrescenta que a intenção é coletar histórias icônicas de mulheres que resistiram, fazendo com esse conteúdo sirva de inspiração para as novas gerações. “Esse acervo global pode ser a oportunidade de completar a história do futebol feminina”.
No dia 26 de junho, com o Mundial ainda em disputa (a final será em 07 de julho), o Google Arts & Culture fará a “abertura” de uma exposição virtual, reunindo o material que chegar.
No Brasil, o futebol esteve proibido entre 1941 e 1979 por força do decreto-lei 3.199, artigo 54, assinado por Getúlio Vargas. Uma das brasileiras já retratadas é Leá Campos, ex-árbitra que foi presa 15 vezes nos anos de proibição do futebol feminino. Ela aparece no vídeo - em português e em inglês - que faz parte do conteúdo exibido pelos dois museus, o brasileiro e o internacional.
Enquanto isso
Para quem já quiser entrar no clima do Mundial (que começa no dia 07 de junho) visitando uma exposição completa, o Museu do Futebol organizou a mostra “Contra-ataque! As mulheres do futebol”. Ela tem patrocínio do Itaú (que apoia todas as seleções brasileiras, inclusive a feminina, desde 2008) e vai até 20 de outubro. A exposição conta como as mulheres tiveram de lutar para conquistar o direito ao jogo, o uniforme adequado a seus corpos, a participação na gestão esportiva, na arbitragem, na imprensa e a livre circulação nas arquibancadas. A curadoria é de Aline Pellegrino, Aira Bonfim, Lu Castro, Silvana Goellner. A mostra pode ser vista de terça à domingo e os ingressos custam R$ 15 (a meia-entrada é R$ 7,50). Às terças a entrada é gratuita.
Lena Castellón
Ficha Técnica - Museu do Impedimento/ Offside Museum
Client: Google
Agency: AKQA São Paulo
Production Company: Iconoclast
Director: Rafaela Carvalho
Music: Antfood
Photographer: Livia Wu