Netflix na América Latina

Pela primeira vez, a Netflix apresentou números regionais da sua base de assinantes. Um documento enviado para Securities and Exchange Commission (SEC), comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, revelou o desempenho da plataforma de streaming nos últimos dois anos. Na América Latina, as assinaturas chegam a 29,380 milhões até setembro.

A Netflix é a maior empresa do setor, mas enfrenta a concorrência de serviços como Disney+, que foi lançado em novembro nos EUA, no Canadá e nos Países Baixos (relembre aqui). E em 2020 ganhará mais concorrentes. Nos EUA, a plataforma tem mais de 60 milhões de assinantes, porém o ritmo de crescimento da companhia vem caindo. Em julho, a empresa reportou uma até então inédita queda de assinaturas (leia aqui).

Enquanto novos serviços de streaming não aportam na América Latina, a Netflix mostra a força que tem nesse e em outros mercados. A maior taxa de crescimento de assinantes, desde 2017, vem da Ásia-Pacífico, mas a participação da região é pequena, conforme mostram os números enviados para a SEC. A base saiu de 6,5 milhões para 14,4 milhões. A América Latina, em que México e Brasil são os grandes destaques, passou de 19,7 milhões para quase 29,4 milhões.

Vale ressaltar que o valor médio da assinatura mensal no mercado latino-americano é o menor dentre as regiões. Segundo a Netflix, a média é de US$ 8,21. Na Ásia-Pacífico, esse custo fica em US$ 9,31. Nos EUA e no Canadá, o valor médio é de US$ 12,36, e na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) é de US$ 10,26.

Em receitas, neste ano, até setembro, a América Latina registrou um montante pouco superior a US$ 2 bilhões. Nos EUA, foram amealhados US$ 7 bilhões nesse período. Na porção EMEA foram quase US$ 4 bilhões. A Ásia-Pacífico mal superou US$ 1 bilhão.

Apesar da disposição da plataforma em reportar seus números regionais, há alguns dados que permanecem sob mistério, como o da audiência. A Netflix, por vezes, revela resultados globais relacionados a blockbusters, a exemplo da popular série “Stranger Things”. Ou como lançamentos ultra aguardados, caso do filme “O Irlandês”, de Martin Scorsese, um conteúdo original da plataforma, assim como "Stranger Things".

Em uma semana, o longa de Scorsese foi visto por mais de 26,4 milhões de pessoas no mundo. A expectativa da empresa é chegar a 40 milhões em 28 dias, o que seria equivalente a 16% da base total de assinantes, segundo o The Hollywood Reporter. O recorde de views pertence a “Bird Box”, filme com Sandra Bullock, que bateu 45 milhões de pessoas na primeira semana, em dezembro de 2018.