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Onda de demissões atinge big techs e veículos
Janeiro está terminando com uma marca negativa nos EUA entre big techs e empresas de mídia. Desde o início do ano, diversos cortes foram anunciados, sinalizando tempos difíceis para o mercado. Um dos mais recentes foi o da Salesforce, que demitiu nada menos do que 700 funcionários.
A onda de cortes atinge veículos de variados perfis e demonstra que alguns negócios concretizados no passado recente, conduzidos por bilionários ou por fundos de investimentos, não estão conseguindo sustentar ou reerguer títulos importantes do setor.
O jornal Los Angeles Times, por exemplo, é um desses casos. Adquirido por US$ 500 milhões em 2018 por Patrick Soon-Shiong, médico e empresário da área de biotecnologia, o diário anunciou 115 demissões, reduzindo o quadro de funcionários em 23%.
Time, Condé Nast, Sports Illustrated, Business Insider, National Geographic e The Baltimore Sun também fizeram ajustes em suas equipes agora em janeiro. Os cortes e as incertezas financeiras chegaram a provocar manifestações e paralisações, como fizeram jornalistas da Forbes e do New York Daily News.
Um mês antes, 750 profissionais do The Washington Post fizeram greve de um dia para pedir aumentos salariais. O jornal havia anunciado planos de fazer 240 demissões. O Post foi comprado por Jeff Bezos, fundador da Amazon, em 2013 por US$ 250 milhões.
No setor de tecnologia, os cortes também foram significativos. Na lista de big techs que fizeram dispensas estão Microsoft, Google e Amazon. Segundo o site Layoffs.fyi, em janeiro foram mandados embora cerca de 23.670 funcionários de 85 empresas de tecnologia.
Veja algumas companhias que tiveram cortes:
- Alphabet – O Google, que integra a holding, revelou no dia 16 que centenas de funcionários do time de publicidade seriam demitidos. No dia 22, a X Lab, divisão da Alphabet para desenvolvimento de novas tecnologias, cortou dezenas de empregados. No dia 11, tinham sido dispensadas centenas de profissionais de áreas diferentes, como equipes do Pixel, do Nest e dos projetos de realidade aumentada.
- Amazon – no dia 09, foi informado pela Bloomberg que a Twitch, que faz parte da companhia, iria cortar 35% do staff (aproximadamente 500 pessoas). No dia 10, um memo interno comunicou que a big tech iria demitir centenas de profissionais das operações de streaming e estúdio. E, no dia 11, a Audible, sua empresa de audiobooks e podcasts, informou que pretende cortar 5% de seu time.
- Business Insider – No dia 25 foi comunicado que haveria corte de 8% do staff.
- eBay – A empresa divulgou no dia 23 que planeja extinguir mil postos, o que representa 9% de sua atual força de trabalho.
- Los Angeles Times – Foi revelado no dia 23 que o diário irá demitir 115 pessoas. Delas, 94 são jornalistas sindicalizados.
- Microsoft – Um comunicado distribuído internamente no dia 25 informou que a big tech iria reduzir sua unidade de jogos com corte de 1.900 empregados (cerca de 9% do quadro funcional). O CEO da Microsoft Gaming, Phil Spencer, disse que as demissões fazem parte de um “plano de execução” maior que reduziria “áreas de sobreposição”. O movimento ocorreu pouco mais de três meses após a conclusão da aquisição da Activision Blizzard pela companhia.
- Salesforce – O Wall Street Journal reportou no dia 26 que a companhia iria cortar 700 funcionários, cerca de 1% da força de trabalho global.
- Sports Illustrated – No dia 19, o sindicato de funcionários da publicação informou que profissionais da revista e do site receberam notificações do Arena Group, responsável pelo título, informando que possivelmente toda a equipe seria demitida. Isso se deu a partir do momento em que o Authentic Brand Group (ABG), que adquiriu a Sports Illustrated em 2019 por US$ 110 milhões, revelou que não tem mais acordo com o Arena Group por descumprimento de pagamentos da licença. O ABG respondeu à Agência France Presse que a Sports Illustrated manterá suas atividades, mas não foram dados detalhes.