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Nota de Falecimento

Arnaldo Jabor, aos 81 anos

15.02.22

Cineasta, roteirista, produtor cinematográfico e escritor, Arnaldo Jabor morreu aos 81 anos, na madrugada desta terça-feira, 15, por complicações em decorrência de um AVC. Ele estava internado desde dezembro passado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Jabor terá velórios em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na capital paulista, a cerimônia será reservada a familiares e amigos. Na quarta, 16, o velório será aberto ao público no Museu de Arte Moderna (MAM). Depois o corpo será cremado.

Nascido em 12 de dezembro de 1940, no Rio, o cineasta era um “crítico irascível da classe média e da burguesia intelectual, da qual ele próprio fazia parte”, conforme comunicado distribuído nesta terça pela Globo, na qual desenvolveu uma nova atividade em sua carreira, a de comentarista na TV (teve presença no Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico e no Jornal da Globo, onde apresentou sua última coluna no dia 18 de novembro do ano passado).

Jabor se formou no ambiente do Cinema Novo na década de 60. Durante mais de 40 anos, se colocou diante da opinião pública como ponto crítico, de questionamento. Ele dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Entre os quais, trabalhos que se tornaram referências como “Tudo Bem”, considerado um dos 100 melhores filmes de todos os tempos pela Academia Brasileira de Cinema (Abraccine); e “Toda Nudez Será Castigada”, adaptação da obra de Nelson Rodrigues que se tornou um grande sucesso de bilheteria do cinema brasileiro e rendeu à Darlene Glória o Urso de Prata por melhor atriz no Festival de Berlim.

Trabalhou com grandes nomes da dramaturgia nacional como Fernanda Montenegro, Sonia Braga, Paulo Gracindo, Camila Amado, Paulo César Pereio e Fernanda Torres, que também foi premiada como melhor atriz no Festival de Cannes por seu trabalho em “Eu sei que vou te amar”.

Nos anos 90, com o fim da Embrafilme e a crise do cinema nacional, Jabor buscou outra profissão. Em quase três décadas, escreveu oito livros e mais de 1.500 artigos em jornais como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, tempo em que também se dedicou à rádio CBN e à TV Globo.

Em 2017, anunciou que estava deixando as atividades de articulista na mídia impressa para se dedicar ao seu próximo filme, “Meu Último Desejo”, inspirado no conto “O Livro de Panegíricos”, de Rubem Fonseca. Produzido pela Aurora Filmes e coproduzido pela Globo Filmes, o longa, ainda inédito, foi rodado semanas antes da eclosão da pandemia e ainda não tem previsão de estreia.

Arnaldo Jabor deixa os filhos João Pedro, Carolina e Juliana e os quatro netos João, Joaquim, Antonia e Alice.

Nota de Falecimento

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