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Nota de Falecimento

Cacá Diegues, aos 84 anos

14.02.25

O cinema brasileiro perdeu um de seus ícones nesta sexta-feira, 14: Cacá Diegues. O cineasta, nascido em Maceió, faleceu aos 84 anos, no Rio de Janeiro, após complicações em uma cirurgia. Diegues tem uma extensa filmografia, com títulos como "Xica da Silva" (1976), "Bye Bye Brasil" (1980), "Orfeu" (1999) e "O Grande Circo Místico" (2018).

Foi um dos fundadores do Cinema Novo junto de nomes como Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade.

O primeiro filme profissional de Diegues, em 35mm, foi "Escola de Samba Alegria de Viver", episódio do longa-metragem "Cinco Vezes Favela". Outros filmes que dirigiu são "Ganga Zumba" (1963), "Quilombo" (1984), “Um trem para as estrelas” (1987), "Veja esta canção" (1994), “Tieta do Agreste” (1995), “Deus é brasileiro” (2003) e “O maior amor do mundo” (2005), entre outros títulos.

Como relata seu site oficial, por sua participação na resistência intelectual e política à ditadura militar, Diegues deixou o Brasil em 1969, vivendo primeiro na Itália e depois na França, na companhia da cantora Nara Leão, então sua esposa.

Foi no período de redemocratização do país e renovação do cinema brasileiro que ele realizou "Bye Bye Brasil" (1980), um de seus maiores sucessos.

Já conhecido no mundo inteiro, com filmes premiados em festivais e exibidos comercialmente em todos os continentes, Diegues foi convidado para ser membro do júri no Festival de Cannes de 1981. Antes dele, só outro brasileiro havia recebido esse convite da organização, Vinicius de Moraes.

Uma das honrarias de Cacá Diegues foi a homenagem feita pelo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2012. E em 2019, ele assumiu a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, ocupando o lugar de outro cineasta, Nelson Pereira dos Santos.

No dia 21 de janeiro deste ano, em artigo publicado no jornal O Globo, ele comentou a conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro como Melhor Atriz por sua atuação no filme "Ainda estou aqui", dirigido por Walter Salles. A produção, baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, está na disputa do Oscar em três categorias (Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Estrangeiro).

Intitulado "A vida vale a pena", que remete à expressão "A vida presta", de Fernanda ao celebrar três milhões de espectadores de "Ainda estou aqui" no Instagram, o artigo faz elogios ao longa, à interpretação da atriz como Eunice Paiva e à repercussão internacional da obra.

Diegues escreveu: "Fazer a vida valer a pena não significa acumular riquezas ou status, mas sim viver com propósito, em equilíbrio. A mensagem que fica é que a vida deve ser um palco para a expressão pessoal. Que cada um de nós encontre seu próprio caminho para fazer da vida uma honra".

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