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Produtoras de som: chega de vários briefings para um mesmo job
A mesa de debates A Indústria Brasileira da Produção de Som, realizada no primeiro dia do Novo Festival do Anuário do CCSP, em São Paulo, debateu as perspectivas do mercado e a importância do som na criação publicitária. A discussão ocorreu na Sala dos Espelhos, que estava completamente lotada, e contou com Kito Siqueira, da Satélite Áudio e presidente da Aprosom, como moderador. Também participaram do debate Tula Minassian, da Play it Again, Ed Cortes, da Tentáculo, Luciano Kurban, da Voicez, Mariano Alvarez, da Punch Áudio, e Zé Eduardo Fernandez, da Estúdio Angels.
O debate foi precedido pela leitura de um texto por Tula, em que ele questionava por diversas vezes Que indústria é essa?, referindo-se à indústria brasileira de produção de som. Em tom indagador e polêmico, o sócio-diretor da Play it Again chegou a afirmar que o segmento em que atua está no fundo do poço e que as empresas de produção de som são tratadas como cachorros vira-latas. O discurso foi complementado por pronunciamento de Kurban, da Voicez, que afirmou que muita gente não sabe o que faz o produtor de som.
Passada a pegada inicial, que sugeria uma reflexão aos presentes na plateia, a discussão passou a ser concentrada em um problema comum a todos os produtores da mesa: o fluxo de trabalho gerado pela multiplicidade de briefings para um mesmo job. O diretor de criação faz um briefing, o diretor de cena do filme nos apresenta outro, daí o anunciante quer outra coisa quando acontece a reunião com o cliente, enquanto o redator te puxa no canto pra dizer que gostaria que fosse destacado aquele aspecto xis que está no roteiro, explicou Zé Eduardo Fernandez, da Angels. E todos foram unânimes ao afirmar que é no mínimo exaustivo ter de decodificar vários briefings de um mesmo job para se chegar ao resultado final que agrade a todos.
O debate se estendeu para a reclamação de que várias vezes as produtoras de som não têm espaço para criar, conseguem apenas seguir os briefings. É preciso que nos deixem propor alguma coisa diferente; agências e anunciantes têm de deixar alguma margem para que a gente apresente alguma outra coisa que não estava no briefing, mas cuja criação pode beneficiar o resultado final da produção da campanha, disse Ed, da Tentáculo.
O que os produtores de som reivindicam é a possibilidade de não fazerem apenas a lição de casa, que é cumprir o briefing, mas também terem a possibilidade de apresentar o novo, ideias que possam ser agregadas ao que foi brifado.
Tula ressaltou o trabalho desenvolvido pela Talent, que é criativo, tem conquistado prêmios, mas que, ao contrário da maioria das agências atualmente, abre espaço para que as produtoras de som desenvolvam conceitos criativos, criem possibilidades que podem, ou não, ser agregadas às campanhas.
Por fim, todos os profissionais ressaltaram que, apesar do debate ter sido permeado por queixas com relação a processos e fluxo de trabalho, ser produtor de som é uma profissão excelente, legal pra caramba, onde é possível ter contato com um fluxo de pessoas interessantes, inteligentes, pensantes e que geralmente o trabalho chega a bons resultados finais.