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Novo Festival do CCSP

Ratinho: “É preciso acertar a linguagem com a classe C”

01.09.12


O apresentador Ratinho foi a estrela do painel “Classe C sem Preconceito”, que integra a programação do primeiro dia do Novo Festival do CCSP. A palestra de Ratinho foi seguida de bate-papo entre ele, Glen Valente, diretor comercial do SBT, Hugo Rodrigues, COO & Chief Creative Officer das agências Publicis Brasil, Salles Chemistri e Publicis Dialog, e o público presente.



Ratinho afirmou que os publicitários precisam acertar a linguagem para falar com a Classe C. “Não adianta falar de um jeito que as pessoas não entendam. É preciso que se fale a linguagem do povo”, disse o apresentador, ao iniciar seu pronunciamento ao público, que encheu o auditório Simon Bolivar do Memorial da América Latina, em São Paulo.



Ele ressaltou que a classe C em ascenção cresce no bolso, representando hoje 52% da população de nosso país, mas mantém seus mesmos costumes e cultura. “Os publicitários precisam entender que o povo é diferente da elite. Ele é da oralidade, não gosta de escrever ou ler muito. Por isso, a simplicidade na expressão é fundamental para se cativar esse público. A simplicidade vende mais do que qualquer coisa na TV aberta”, afirmou.



Ratinho considera já ter provado ao mercado que gosta do popular e disse que veio ao Novo Festival do CCSP para defender os programas populares na TV. “A classe C que está seconsolidando assiste muito pouco a TV a cabo. Ela compra a Net para ver Globo, SBT, Bandeirantes”, afirmou.



“Quando vocês forem fazer uma campanha, não se esqueçam da Classe C, pois há uma mania de publicitário ter vergonha do que é popular. Nós temos de começar a gostar de nós mesmos, nosso barulho, nosso jeito de vestir. O povo brasileiro é barulhento, simples e age de forma espontânea com muita facilidade”, afirmou.



O apresentador julgou ser equivocada, por exemplo, quanto ao apelo popular, a estratégia de investimento de marketing da operadora de telefonia móvel Tim, que aposta no Blue Man Group como seus garotos propaganda. “Eles são ótimos showmen lá nos Estados Unidos, mas aqui ninguém sabe quem são esses caras pintados de azul. Por que, então, colocá-los pra fazer publicidade de celular?”, questionou.



Ao responder uma pergunta de Rodrigues sobre a responsabilidade do Brasil de educar a população, Ratinho disse que “educar é uma coisa, impor conhecimento é outra coisa. Na minha opinião, não estamos educando, estamos impondo conceitos à população”, argumenta.



Ao falar da publicidade que está em veiculação no Brasil atualmente, o apresentador é incisivo: “Não estamos vendo muito o que é a realidade do nosso povo. Na propaganda, entra muito o gosto pessoal do próprio publicitário que a criou, por isso eu digo que a propaganda precisa se alinhar à linguagem popular”.


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