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Em debate: os desafios da direção de criação
Dificuldade em encontrar talentos, como passar um feedback para os criativos, a possibilidade de os diretores de criação continuarem "botando a mão na massa" para criar e o que fazer para "ficar antenado" foram algumas das questões levantadas na mesa "Os desafios da direção de criação".
Anselmo Ramos (Ogilvy & Mather) mediou o bate-papo, levantando bolas para serem cortadas por Marcelo Reis (Leo Burnett Tailor Made), Ícaro Doria (Wieden+Kennedy São Paulo), Marcos Medeiros (AlmapBBDO), Marco Versolato (DM9DDB), Manir Fadel (Lew'LaraTBWA), Fernando Nobre (BorghiErh/Lowe) e Rui Branquinho (Y&R), que refletiram e dividiram com o público suas opiniões sobre os temas.
Ramos começou o debate falando sobre a dificuldade de encontrar talentos no mercado de criação. "Onde encontrar um talento? Como identificá-lo?", perguntou.
Para Versolato, antes de mais nada é necessário "estabelecer o que é um talento". "É difícil ver a pasta do cara e saber se vai render na agência ou não. O melhor jeito é trabalhar com ele, ver se tem cabeça aberta. Tem muitos criativos egoístas que só pensam neles mesmos e não na agência", observou.
Nobre foi na mesma linha de raciocínio e afirmou que "portfólio não é tudo. Por meio dele você só consegue avaliar um pedaço da história". Ele observou ainda que mesmo com tanto avanço tecnológico, ainda há "muito portfólio só com anúncio de página dupla" e que o ideal é "explorar vários meios, várias plataformas".
Versolato acrescentou que leva em consideração "a ambição de realizar as coisas", no momento da seleção. Ele disse que quer saber o que o profissional faz além da propaganda, se faz foto, se tem banda. "Se faz coisas a mais mostra que é uma pessoa que quer realizar. O cara que tem brilho nos olhos para realizar coisas não faz só propaganda, ele faz coisas pessoais bacanas. Isso eu levo muito em consideração", comentou.
Para Medeiros, a "vontade de realizar", citada por Versolato, é, inclusive, mais importante que o portfólio. "Se tem um bom portfólio e não tem vontade, não adianta."
Reis lembrou que, atualmente, as pessoas estão mandando muita pasta por e-mail e que o ideal seria mandar os trabalhos fisicamente, como antigamente, para ficar na mesa do criativo. "Um e-mail pode se perder na caixa de entrada do diretor. A pasta de verdade fica ali fritando até que uma hora alguém olha".
Já Branquinho destacou que geralmente os diretores de criação só vão procurar o talento quando mais necessitam. "Eu tento pensar sempre: se eu precisar amanhã de uma dupla junior, quem eu contrataria? Tento preparar o terreno. Isso porque quando você precisa de alguém para ontem, se não tiver um pouco dessa organização, acaba resolvendo o problema com o que tem e não com o que poderia ser melhor".
Anselmo também questionou sobre como passar um feedback aos criativos, como tentar explicar o motivo pelo qual uma peça não é aprovada. Os profissionais da mesa concordaram, em geral, que é importante dar diretrizes daquilo que se espera, mas que nem sempre isso é possível. Quase todos acham que dar apenas sim ou não é o caminho mais fácil e rápido mas não ajuda o jovem criativo a amadurecer profissionalmente e a evoluir a ideia.
Eles também ponderaram sobre a importância de, como diretores de criação, continuarem criando, apesar de nem sempre isso ser possível, já que precisam se debruçar sobre outras funções, muitas delas burocráticas, no dia a dia da empresa.
Os diretores de criação também comentaram sobre a necessidade de estarem "antenados", e que para isso, cercam-se de pessoas que trazem informações interessantes, desde amigos até profissionais da própria agência.