Novo Festival do CCSP

O argentino Armando Bo, diretor de cena da Rebolucion, conversou com Guillermo Vega, diretor de criação da Wieden+Kennedy, no primeiro bate-papo que rolou no Novo Festival do CCSP. 

Vega formulou algumas questões para Bo, que orientaram a palestra. Armando iniciou falando sobre sua carreira, contando que começou como assistente de produção, na Argentina. "Filmar se aprende filmando e por instinto. Tive a sorte de sempre trabalhar com pessoas muito importantes e talentosas do meu país, e fui aprendendo", disse.

O debate esquentou quando Bo criticou parte da lei do audiovisual brasileira, que cobra uma taxa de R$ 200 mil das produtoras de fora do Brasil que filmam por aqui. O diretor afirmou que acredita que o Brasil "está muito fechado", neste sentido. Sonia Regiona Piassa, diretora da Apro, que estava na plateia, rebateu as críticas e argumentou que a lei protecionista argentina na área de audiovisual é ainda pior. "Lá, não é possível nem pagar uma taxa, e é obrigatório que a equipe tenha 60% de argentinos", disse.

Outra questão defendida por Bo foi a de que a ideia é o "centro" do filme. "Por mais que o filme seja muito lindo, em termos de realização e estética, se não há a ideia, não há o que fazer. A direção de arte, fotografia, atuação, música, tudo nasce da ideia", comentou.

Ele falou ainda sobre as diferenças em dirigir publicidade e cinema e sobre o fato de ter escrito o roteiro do longa "Biutiful", juntamente com Alejandro González Iñárritu. "Tenho 33 anos, de alguma maneira ainda tenho muito o que aprender e a possibilidade de aprender com uma pessoa como o Alejandro, de sair do lugarzinho cômodo, de me mexer, é maravilhosa", afirmou.

Armando Bo foi questionado sobre trabalhar sempre com as mesmas pessoas ou trocar os integrantes do time. A resposta você vê aqui.