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"Um mês na Publicis de Londres", por André Gola
"Tudo começou com um pedido do meu dupla (Arício Fortes) para o Tião Bernardi (nosso diretor de criação) para trabalhar na Publicis London durante as férias.
Em um encontro mundial de diretores de criação da Publicis, o Tião conversou com o Nik Studzinsk (diretor de criação da Publicis London) e disse que tinha um jovem criativo com vontade de trabalhar durante um mês na sua agência, em Londres.
O Nik gostou da idéia e pediu que o Tião mandasse junto um diretor de arte.
Enviamos nosso portfólio para o Nik e depois disso foi só marcar a data.
Como foi tudo sugestão nossa, bancamos todos os custos, como passagem, estadia e comida.
Fizemos uma economia e encaramos a viagem como um investimento.
Estou escrevendo este artigo durante a quarta semana de trabalho, aqui em Londres, e já posso dizer que valeu a pena o investimento.
Primeiro fomos super bem recebidos pelo Nik e sua equipe.
Logo no segundo dia recebemos dois briefings. E começamos a correr, imaginando que as coisas fossem como no Brasil, tudo para ontem.
Muito pelo contrário. A organização deles é excelente. Tudo tem um bom prazo e conspira a favor do criativo, para ser feito da melhor forma.
O tráfego acompanha todo o processo, desde a apresentação do briefing, escolha das idéias junto ao diretor de criação, até o anúncio final, que vai para o cliente.
Marcar hora para mostrar pro diretor de criação? O Tráfego faz. E o diretor de criação cumpre, pontualmente.
Ou seja, não precisamos nos preocupar com mais nada a não ser ter as idéias.
Uma das coisas que eu mais gostei é que o anúncio vai para o cliente em desenho e, no máximo, uma ou duas opções.
Vai a melhor idéia. A idéia que a agência realmente acredita.
O lance de ir tudo em desenho dá ao diretor de arte muito mais tempo para se dedicar à criação e deixar o trabalho mais solto, em relação ao layout. Muito bom.
Aqui na Publicis, todas as duplas de criação têm suas salas.
Eu achava que isso era ruim, pois afastava as pessoas.
Estava enganado. As salas ajudam na concentração.
Não precisamos esperar até as 18h, quando o telefone pára de tocar e a agência esvazia, para nos concentrar melhor.
Outro ponto muito positivo de Londres é que as pessoas não trabalham até muito tarde, como no Brasil.
Seis, sete horas da tarde estão todos indo embora.
Inclusive o pessoal da criação.
É claro que uma vez ou outra é preciso fazer uma hora extra, mas não é comum.
As pessoas vivem mais fora da agência, o que é ótimo para nós que trabalhamos com idéias.
Por aqui, todos têm o costume de agilizar ao máximo o trabalho durante o dia, para sair mais cedo.
Muitos não fazem horário de almoço e comem um sanduiche na própria mesa.
Talvez seja também porque a comida é muito cara e não é tão gostosa quanto no Brasil.
Outro aspecto interessante foi ver muitos profissionais mais velhos, na casa dos 50 anos, trabalhando na criação junto com jovens profissionais.
Eles investem em novos talentos, mas não desprezam o conhecimento dos mais experientes.
Fiz também novos amigos, novos contatos e ganhei novos colaboradores para meu site (www.trampolim.art.br).
Essa experiência foi ótima também para que eu pudesse ter uma visão do Brasil, vivendo fora dele. Nosso país é fantástico.
Os brasileiros são sorridentes, trabalhadores e talentosos.
Encerro essa viagem capaz de enxergar diferentes pontos-de-vista e valorizando mais o que é meu.
Valeu".
André Gola, diretor de arte da Publicis Salles Norton
andre@trampolim.art.br