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Trabalho que não é pro trabalho – Os benefícios de projetos pessoais
Após alguns anos – não muitos – olhando pasta de estudantes querendo arrumar um trabalho em uma grande agência, fica fácil chegar a uma conclusão: os portfólios estão a cada dia mais iguais.
Começa com aquele case study, com mais conceito que o próprio trabalho. É seguido por alguns anúncios com piadinha, que só seriam aprovados se fossem “pra Cannes”. E finalmente termina com algum app capaz de pintar a lua, ou salvar o planeta Terra de alguma doença extra-terrestre.
Raras exceções, sempre sentimos falta de um conteúdo mais autêntico.
Para nós, contratar uma pessoa dever ir além de 10 cases bonitos e criativos na pasta, vai além de quantos prêmios de estudantes ele já ganhou. E sim, quem é essa pessoa que vai sentar do nosso lado de oito a 12 horas por dia. Como ela realmente pensa? Como ela é criativa fora de uma limitação de mídia?
Resumindo, se você quer se destacar e arrumar um emprego no mercado publicitário, pare de fazer anúncios. Faça experimentos sociais, projetos pessoais. Mostre o quão criativo você pode ser, sem ter um logo para te restringir.
Para te ajudar a entender o nosso ponto de vista, aqui vão cinco coisas que ter um bom projeto pessoal na pasta pode fazer por você.
1) DEIXAR UM DC COM INVEJA
Um dos melhores sentimentos que você pode causar em um diretor de criação, quando estiver mostrando sua pasta pra ele, é inveja. Inveja no bom sentido. Se ele olhar para um trabalho teu e pensar “Queria ter feito esse trabalho”, você mandou bem.
E é aí que entra o projeto pessoal, já que dificilmente o DC vai ter esse sentimento por um trabalho acadêmico que você criou.
Aqui vai um exemplo de uma dupla de estudantes britânicos, que fez um projeto capaz de tirar o sono de muito CCO.
2) PROVAR SEU PONTO DE VISTA
Você pode usar o projeto pessoal para defender um ponto que você acredita. Uma teoria, uma filosofia ou o que quer que seja. Ele pode ser resultado de um experimento e pode falar sobre você muito mais do que qualquer anúncio fantasma.
Esse é o caso do Garbages of New York, onde o criativo Justin Gignac quis provar que um bom design pode vender qualquer produto, até mesmo lixo.
3) MOSTRAR UMA POSIÇÃO POLÍTICA
Nesse caso, você pode ou ganhar um emprego ou um inimigo, mas vale a emoção. Qual a sua opinião sobre a situação atual do país ou do mundo? Um projeto pessoal desse caráter, pode atingir uma sociedade inteira. Fazer pessoas de uma comunidade pensar sobre um assunto, gerar discussões e mudar mentalidades. Não tem QR code que consiga fazer isso sozinho.
Jeff Greenspan conseguiu fazer isso com um verdadeiro tributo que criou para Edward Snowden.
4) PROVAR SUA VELOCIDADE CRIATIVA E DE EXECUÇÃO
Um briefing muito comum em agências de propaganda é o famoso briefing de oportunidade, que geralmente vem sem aviso e sem prazo. No projeto pessoal você pode mostrar que é o tipo de criativo que consegue ver oportunidades criativas em momentos inesperados e, além disso, consegue pensar em algo criativo e executar num prazo curto.
É o caso do projeto do Sebastian Errazuriz, que transformou o caos de um furacão em um projeto beneficente.
5) TER SEUS 15 MINUTOS DE FAMA
Um projeto pessoal bem feito pode te dar uma vaga dentro uma agência ou uma aparição no Jornal Nacional. Um belo exemplo desse tipo de trabalho é o Bubble Project, feito pelo ilustrador e designer Ji Lee que, interferindo em propagandas por NY, encontrou uma forma de dialogar com uma das maiores metrópoles do mundo.
Para finalizar, gostaríamos de lembrar que não existem regras no mundo da publicidade. Pode ser que você encontre diretores de criação interessados em ver apenas anúncios, cases e títulos, é verdade. Mas escolher para quem você quer trabalhar é também outra parte muito importante na hora de começar a carreira. Só que isso aí já é assunto pra outro textão.
Joao Unzer, senior art director da Deutsch NY e Rogo de Castro, associative creative director da DDB NY