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Sobre sermos diferentes sob uma ótica diferente (E. Doss)
Sobre sermos diferentes sob uma ótica diferente
Estou adorando todo movimento do mercado em relação a diversidade de raça, gênero e opção sexual de cada um. Precisávamos disso faz tempo! Mas queria lembrar que, com tantas minorias sendo representadas no nosso mercado, hoje em dia, às vezes podemos esquecer algumas óbvias.
Ontem estava numa reunião grande com mais ou menos 15 pessoas e me dei conta que havia ali sete homens, oito mulheres, alguns deles gays e lésbicas, dois negros (sim, eles continuam sendo minoria em nossos corredores, em pleno século XXI) e duas pessoas tinham mais ou menos 50 anos.
Ok, caiu a ficha! (putz... com essa expressão acabei de entregar quem era uma delas). Sou uma minoria também.
No mercado brasileiro de propaganda e principalmente na criação, pessoas têm sido consideradas ultrapassadas só por causa da sua idade.
Mas também percebi ao longo dos anos e das mudanças, que hoje em dia todos, dos mais velhos aos mais novos, temos que aprender diariamente para não ficarmos desatualizados.
A.I., VR, Machine Learning, Stories, Lives, Real Time Marketing... Coisas novas surgem todos os dias e saber como usá-las criativamente não é uma questão de idade, e sim de estar aberto para o novo. Estar aberto a aprender sempre. É uma questão de manter-se atual para continuar fazendo um trabalho relevante sempre. Independentemente da ferramenta ou meio. Independentemente da idade.
Afinal, hoje em dia não existe trabalho que não tenha uma pontinha sequer de tecnologia. Mas ela, sem um bom insight, sem uma verdade, uma emoção também não faz milagre. É o que sempre me ensinaram nessa profissão, que no final de tudo, o que precisamos despertar nas pessoas é um sorriso, uma gargalhada, simpatia ou até raiva. Uma emoção.
Por mais cabeleiras brancas (e carecas são bem-vindos também) na criação das agências ao lado da galera mais nova que é tão talentosa e apaixonada quanto.
Seria ótimo ver gerações diferentes aprendendo umas com as outras. O trabalho só teria a ganhar. A diversidade traz novos pontos de vista, e o mix de experiências também.
Fora do Brasil acho que enxergam melhor isso. Essa mistura é mais equilibrada. Ou talvez seja simplesmente porque lá a crise econômica não é tão cruel e não exige que as agências “juniorizem” suas equipes para equilibrar suas contas.
Bom, já tomei muito do seu tempo... só para finalizar, estou escrevendo esse texto porque, vamos lembrar que um dia, todos nós teremos mais de 50 anos (inclusive eu, que só tenho 49).
Eduardo Doss - Diretor de Criação da Ogilvy