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Como dizia sua mãe: não adianta reclamar (Rafael Bacchi)
Publicidade não é uma profissão de realização plena. É parcial. E não adianta reclamar.
Sendo realista aqui, não sei se existe profissão em que você se realize plenamente (estou falando em 100%, mesmo). E não há tanto problema assim nisso, contanto que você tome uma atitude a respeito.
Você sabe. Em publicidade (falando aqui em criação), os clientes internos e externos sempre querem participar daquilo que você criou. Vai ser sempre assim. Faz parte da natureza humana buscar a sensação de pertencimento e, na nossa área, a forma mais evidente de se enxergar em um trabalho é mexendo na criação (ou será que acontece com a mesma euforia em uma planilha de mídia?).
Ele quer ver a cara dele lá, no seu layout, no seu texto, na sua criação. Difícil confessar isso, mas eu faria a mesma coisa se eu fosse cliente, afinal eu também sou gente.
Sinto que no mercado de áudio, isso é um pouco menos recorrente, talvez por ser um formato de criação mais intangível e, portanto, mais difícil de se enxergar como coautor da obra. Por mais que você meta o dedo, as chances de você se sentir frustrado por não estar se vendo ali é maior do que a chance de você se enxergar e, consequentemente, se sentir parte.
Converso bastante com criativos, alguns há pouco tempo na carreira. E se me pedem uma dica mais genérica, costumo dizer sempre: não projete toda sua necessidade de realização na agência/produtora. Realize-se profissionalmente fazendo outra coisa além daquilo que você faz na maior parte do tempo.
Muita gente até já faz isso, mas a maioria como hobby. E ganhar dinheiro é legal, e possível. Principalmente porque isso tende a aumentar sua sensação de realização e, por fim, compensar aquela parcela de frustração que você tem onde trabalha.
É isso: publicidade não é uma profissão de realização plena. É parcial. E não adianta reclamar.
Rafael Bacchi, sócio da Chiclete, áudio para ideias