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2020 - Criação à prova de futuro - Parte 1 / Mobile
Passei este ano de 2019 aprendendo. O problema é que eu só sei aprender fazendo. Dói, mas é necessário. Então, resolvi “dar um pulinho ali e já volto”. Pulei pra fora das agências para entender melhor o que podemos fazer acontecer dentro delas. Uma espécie de oração para São Longuinho Criativo, para encontrar novidades. Dei dois pulinhos, um no mundo mobile+dados e outro na realidade virtual.
Como já disse, só sei aprender fazendo, então entrei em duas startups: a Hands e a MedRoom.
Vou dividir, aqui, o que aprendi. Bora lá?
A Hands não é mais uma startup faz tempo, é uma empresa super bem estabelecida e bem dirigida pelo João, com produtos e serviços mobile bem bacanas. Mas ela tem aquele jeitão startup de estar sempre se desafiando, sabe como é?
Bom, lá fui eu pro desafio de ser mobile only.
Passei um ano na Hands ajudando a criar experiências criativas (mobile) guiadas por dados (Data Driven Mobile Experiences).
Como criativo digital, sempre soube fazer mobile, todo mundo acha que sabe. Eu tenho um Grand Prix em mobile, pô. Mas descobri que não sabia. Meu GP é brincadeira de criança perto de qualquer ação séria de mobile baseada em dados. Aliás, pra entender o mobile você precisa entender os dados. Mobile só existe pelos dados e vice-versa. Mas dados não são criativos por natureza, aliás eles não são criativos e ponto.
A luta de transformar dados em criatividade é bem ingrata, porque quanto mais precisos os dados, menos criatividade você precisa. O mobile permite uma captação de dados bizarramente precisa. Você consegue saber sobre o deslocamento da pessoa, sobre lojas que frequenta (mesmo que essas lojas sejam off-line), sobre trajetos e tempos gastos, e por aí vai. Dá pra fazer o corte, do corte, do corte da audiência e direcionar um push ou anúncio para mães que estão voltando do trajeto da escola dos filhos para casa, e que sempre param no supermercado uma vez por semana.
Você atinge a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo. Sniper pra car.... Incrivelmente fo.., mas perturbadoramente NÃO criativo.
Dá pra ser um sniper criativo? Difícil né? Até suei :)
Por fim, no final do meu tempo “mobile only”, tirei duas conclusões:
1 - A chave da criatividade está na entrada dos dados. Filtros criativos precisam ser colocados durante a captação dos dados. Isso só criativo consegue fazer. O mundo todo está debruçado sobre os dados, mas pouquíssimos criativos querem participar da etapa de mineração. Enquanto estamos de fora, mídia, estatísticos, CEOs, CFOs, CTOs e outros C’s, que não os CCOs, estão criando a ditadura dos dados, mineirando e filtrando dados ao seu gosto. Lindo para os negócios, se os negócios não dependessem da criatividade. :)
Ajude sua agência a minerar dados criativos. Opine, se intrometa, os dados precisam da criatividade.
Dados são dinheiro, dados criativos são ouro.
2 - Estamos fazendo com o mobile o mesmo que fizemos com o digital lá no começo: nem ligando. Eu estava lá, não adianta mentir. Ninguém ligava para o digital. Ou melhor ninguém criava para o digital. Criava-se do mesmo jeito de sempre, e nós, “os meninos da internet”, adaptávamos a campanha para o digital.
Quer ver como você está nem aí pro mobile:
Quem na agência é capaz de criar com dados?
Quem é capaz de criar partindo do mobile? Da interatividade do toque? Da voz? Geo localização?
Vídeo vertical? Quantos você fez este ano?
Geo Fence? Geo Behavior? App Behavior?
Estou falando uma língua complicada demais? Não deveria. Eu e você estamos cansados de saber que no Brasil tem mais smartphone do que gente. Então por que achamos que criar para o mobile é uma “arte menor”? Que dá para simplesmente adaptar? Que dá pra deixar pra depois?
Bora fazer um experimento para 2020? Abre uma linha na sua planilha de Excel: Receita Mobile. Você vai se surpreender em como existem possibilidades de rentabilidade no mobile, que vão além da mídia.
No próximo texto, falo sobre realidade virtual.
Por Pedro Gravena - Criativo e inventor frustrado no Grão Lab