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A Geração Bruno Mars (por Bruno Brux)
Cannes 2017. De cá, eu sentadinho na terceira fileira do Palais. De lá, um conhecido CCO prestes a subir no palco pra pegar um Grand Prix. Até aí, tudo normal. Mas algo me chamou atenção: o tal CCO foi o primeiro a chegar até a escada do palco. Mas, pra minha surpresa, foi o último a subir. Ficou ali no primeiro degrau, celebrando cada pessoa do time que subiu antes dele. O Leão? Na mão da dupla. A mensagem? A estrela é o time, não o líder.
Imediatamente tive a certeza de que quando chegasse minha hora de liderar uma agência, eu também faria assim.
Alguns anos depois, a hora chegou. E num papo com o Eco Moliterno sobre esse jeito mais altruísta de liderar, de empoderar os times, de brilhar deixando brilhar, o Eco resumiu o raciocínio de um jeito muito massa: “a Geração Michael Jackson acabou”, soltou enquanto comia um canapé. “Agora é a Geração Bruno Mars.”
Pra mim foi uma epifania. O Eco conseguiu sintetizar um pensamento cheio de filosofia, num tuíte todo trabalhado na cultura pop.
Aquilo me acertou em cheio. Mais ainda porque, dias antes, eu tinha refeito meu portfólio. E o header da minha nova página, juro, era um GIF do Bruno Mars com os broders fazendo um passinho.
Mas o que esses dois ícones da cultura pop têm a ver com a maneira de liderar uma agência? Vem no groove que eu te explico.
Michael Jackson era o famoso one-man-band. O palco era só dele. Os clipes eram só dele. As coreografias, dele. Nas músicas, só se ouvia a voz dele. Tirando o Quincy Jones, é quase impossível pensar em mais alguém quando o assunto é Michael Jackson.
Já o Bruno Mars é outra história. Começando pelos clipes que, em sua maioria, são uma zueira entre ele e a galera. É impossível assistir The Lazy Song, 24K Magic, Treasure, Locked Out of Heaven, Uptown Funk e não sentir vontade de ser parte daquele bonde. Até pro palco do Super Bowl o cara levou os amigos pra arrepiar junto com ele.
A própria Uptown Funk traz mais um exemplo. Taca lá no YouTube e você vai ver: Mark Ronson Feat. Bruno Mars. Duvido que o Michael teria aceitado lançar uma música que, no topo da lista da Billboard, dissesse Quincy Jones Feat. Michael Jackson.
A real é que não há nada mais moderno que dividir o holofote. Se não fosse assim, a onda dos feats seria só uma marola, e os sertanejos, cantariam todos sozinhos.
Mas já que a gente se inspira tanto na cultura pop, a gente podia se inspirar também em como ela usa o sucesso compartilhado pra multiplicar.
E fazer isso, eu garanto, é dez vezes mais fácil do que aprender o moonwalk. Saca só alguns exemplos.
Um Leão pra você, é só mais um. Mas pro time que teve a ideia, é 'O Leão'. Então na hora da foto no Palais, deixa o flash iluminar o sorriso deles segurando o bichinho, o seu já tem um brilho todo especial.
Quando a galera te mandar a ficha daquela ideia que você pedalou, ou daquela outra que começou com um insight seu, não precisa colocar seu nome também como Redator ou Diretor de Arte. Tudo que sai da sua agência é seu. Ou você acha que o David Droga não aparece como criativo em nenhuma ficha da Droga5 porque ele nunca deu uma ideia boa?
Reunião com o cliente? Bora chamar o time pra contar as ideias. Se eles não contarem do jeito que você contaria, arredonda a bola e toca de volta, cruza na área e deixa eles meterem o gol. Quanto mais gols eles meterem, mais confiantes ficam. E quanto mais confiantes ficam, mais à vontade você fica de não ter que estar em todas as reuniões.
Mais um festival te chamou pra ser jurado? E se você desse sua vaga pra alguma criativa ou criativo do time que vai amar participar de um júri pela primeira vez?
Enfim, tem mil jeitos de dividir o palco com quem te ajuda a fazer os hits. Mas se você deu skip no texto todo e veio direto pro final, bora em um tuíte:
A geração Bruno Mars é sobre compartilhar. Seja um post, um meme, uma playlist, uma bike ou um apê. E ainda que nossa indústria seja fera em criar coisas que eles curtem e compartilham, a gente podia se dedicar um pouco mais a aprender a dividir uma outra coisa que, por sinal, também é muito mais legal quando compartilhada: o sucesso.
Bruno Brux, ECD da GUT SP Feat. Rainor Marinho, Murilo Santos, Linus Oura, Tiago Abreu, Julia Mota, Paulo Damasceno, Lais Lira, Catharina Mendonça, Bernardo Sande, Tom Vouga, Leone Damião, José Suaid, Gaston Bigio, Anselmo Ramos, Val Barone, Fernando Ribeiro, Mariane Goebel, Julia Ramos, Thais Schroder, Catia Nucci, Daniela Freitas, Diogo Soares, Camila Prado, Alessandra Visintainer, Joe Richardson, Raphaela Guillen, João Laureano, Marcela Jundurian, Dolores de Pauli, Luiza Richarte, Wesley Melo, Alex Pinheiro, Vitoria Kanaan, Douglas Coelho, Barbara Reis, Gui Cavalcante, Douglas Silveira, Laura Cardeal, Nathalia Oliveira, Palloma Hechila, Janaina Ramos, Daniel Miscolcz, Guilherme Froiman, Annahy Laira, Luciane Nuvolara, Caroline Schiavi, Inês Straub & Eco Moliterno.