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Theremin, Mellotron e o que se pode tirar de bom desta crise (Apolo 9)
Em meio ao turbilhão de notícias ruins e restrições impostas pela pandemia, existem caminhos para a produção de trilhas, com personalidade e autenticidade. Os recursos não são exatamente os mesmos, mas isso nos cobre de novas possibilidades. Há um ano não tínhamos tantas plataformas eficientes de compartilhamento de áudio profissional, em tempo real. Agora, é possível gravar à distância e com toda a qualidade desejada uma orquestra em Budapeste, por exemplo - como fizemos há poucas semanas.
O cancelamento dos shows em todo o mundo acabou flexibilizando o acesso à agenda de músicos gringos incríveis. Mesmo com a diferença de câmbio, é a oportunidade de gravar com o trombonista que tocava com a Aretha Franklin (com histórias ótimas e impublicáveis sobre ela), com um tenor alemão, com uma cantora de Tóquio e com percussionistas da Nigéria as trilhas dos nossos projetos de publicidade e entretenimento, sem sair de casa, literalmente.
Essa rede de parceiros internacionais - espalhada por praticamente todos os continentes - começou com o engenheiro de som americano Roy Cicala, sócio da A9 de 2006 até falecer em 2014. Com ele vieram os equipamentos utilizados em gravações de John Lennon, Jimi Hendrix, Kiss, Lou Reed e tantos outros. Roy foi o engenheiro de som de todos os discos de John Lennon a partir de Imagine. Ele gravou com Phil Spector, Rolling Stones, Frank Sinatra e, já na A9, trabalhou no álbum Circus, de Britney Spears; Music From Another Dimension, do Aerosmith; e Welcome 2 My Nightmare, de Alice Cooper.
Além de gerar inestimáveis insights de produção, essa sociedade também trouxe o uso de elementos musicais incomuns para dar autenticidade às criações. Ao lado de todos os mais novos plug ins, está o pré amplificador que era o segredo do som de voz da Motown, o reverb preferido do Kraftwerk, e o Mellotron que foi da Rita Lee, com o qual ela fez as cordas de “Mamãe Natureza” - veja alguns dos instrumentos da coleção da A9 sendo apresentados nos vídeos abaixo.
Mas será que ainda existe lugar nas produções atuais para instrumentos tão estranhos e antigos? Existe. Pelo menos é o que Tom Waits, Aphex Twin, John Frusciante e Hans Zimmer fazem para criar um mundo musical original e com personalidade.
A seguir, breve descrição dos instrumentos destacados nos vídeos:
Theremin - instrumento eletrônico dos anos 1920. Estranhíssimo, meio fantasmagórico, presente em trilhas de filmes de ficção científica e terror. Bizarro.
Mellotron - conjuntos de 35 loops de fitas com gravações de orquestras antigas - sons de flautas, violinos. Super usado pelos Beatles, Led Zeppelin, Kraftwerk, além de Rita, claro.
Harmonium - orgão de fole medieval. Usado pelo John Lennon para dar uma encorpada nas composições. Comprado de um pastor em uma igreja.
Gibson U-harp - de 1917, original, mood irmãos Lumière. É um violão harpa, mistura de piano e violão. Esse aparece no clipe do Smashing Pumpkins.
Mini Moog - É um clássico que não perde modernidade, está na trilha da campanha global da Coca-Cola - Alphabet.
Por Apollo, sócio e produtor musical da A9