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Muito mais que dancinhas milionárias (Amanda Amorim)
Muito mais que dancinhas milionárias: o que podemos aprender com o sucesso financeiro dos influenciadores digitais?
Você já se perguntou o que caracteriza a profissão de "influenciador" digital atualmente? Ainda que pareça uma questão simples, ela vai muito além de postar recebidos e gravar dancinhas virais. Os "creators" desempenham hoje um papel forte e de grande visibilidade dentro do empreendedorismo, unindo assim sua atuação no ambiente digital ao físico, em diferentes formatos.
Atualmente, o Brasil registra um número de mais de 500 mil "influenciadores", de acordo com dados e levantamentos da Nielsen Holdings, e, num futuro próximo, é estimado que no mundo existam mais de 1 bilhão de pessoas que se consideram e atuam como "criadores" de conteúdo.
Mas "influenciador" digital é, de fato, uma profissão? Bom, não existe uma lei que regulamente a posição ainda, mas ela movimenta bilhões para a economia mundial, e se tornou um dos principais pilares para a amplificação de marcas nas plataformas digitais. Acho que dá para considerá-la, sim, como uma profissão.
O aumento expressivo no número de "influencers" se caracteriza principalmente pelo boom das redes sociais, que segue em constante crescente diante do surgimento de novas plataformas de interação social. Como grande exemplo está o TikTok, que estourou durante a pandemia, ganhou usuários de todo o mundo e possui perfis que, em nível de popularidade, ultrapassam grandes personalidades influentes de plataformas como Instagram e Twitter. E, de acordo com levantamento realizado pela Forbes, existem tiktokers que faturam mais que grandes CEOs de empresas norte-americanas, atualmente.
Não para por aí. Há ainda o movimento de desvincular o faturamento da própria imagem e ampliar a atuação para além das redes sociais, permitindo que "influenciadores" invistam e empreendam em negócios mais clássicos. Como consequência, vemos novas marcas registrarem alto desempenho, chegando a ultrapassar, em termos de relevância e faturamento, tradicionais marcas do mercado. O sucesso é resultado de fatores como identificação, estudo e conhecimento sobre seu público, gerando confiança e propriedade dentro do segmento que está atuando e, assim, tornando a audiência um potencial consumidor, mas sem esquecer de atingir novos espaços.
Entre infinitos casos de "influencers" que dominam o mundo dos negócios, temos a empresária bilionária Kylie Jenner, que ficou conhecida mundialmente por conta do reality show sobre sua família, intitulado "Keeping Up With The Kardashians". Kylie, de apenas 24 anos, construiu um império dentro da indústria de produtos de beleza com as marcas Kylie Cosmetics, Kylie Skin e Kylie Baby, além da marca de beachwear Kylie Swim. Em sua estratégia para seguir inovando, a empresária trabalha com coleções limitadas, fazendo que haja uma alta procura pelos produtos, uma vez que eles não voltarão para o mercado após esgotarem.
Dentre outros nomes influentes que estão comandando grandes negócios, está a cantora e empresária Rihanna, que domina o segmento da beleza com a Fenty Beauty, marca que ganhou alta popularidade por meio de produtos pensados para atender diversas tonalidades de peles. Rihanna também lançou, em 2018, a Savage X Fenty, marca de lingeries que abraça todos os corpos em seu portfólio de produtos. A artista promove, ainda, show exclusivo para a exibição de peças de novas coleções vestidas por "influenciadores" convidados.
Já no Brasil, temos como exemplo a empresária Bianca Andrade, que comanda as marcas de produtos de beleza Boca Rosa Beauty e Boca Rosa Hair, além de sua marca pessoal. Aos 27 anos, Bianca, que acumula mais de 18 milhões seguidores no Instagram, iniciou a carreira produzindo vídeos para o YouTube, e ao trabalhar sua imagem de forma estratégica nas redes como "influenciadora" digital, viu nascer uma grande oportunidade de negócios.
Recentemente, a empresária teve seu cronograma de postagens de stories vazado, gerando altos questionamentos sobre o que se tornou as redes sociais. No entanto, por mais chocante que possa parecer, planejamento é importante para se obter sucesso dentro do segmento, além de prever custos, criar calendários editoriais e ajudar a aprender o que funciona ou não com a sua audiência.
Ainda dentro da pauta de negócios de sucesso comandados por "influenciadores", temos a marca We Pink, gerenciada por Virgínia Fonseca junto a Samara Pink. A marca de cosméticos, lançada há menos de um ano, chegou a faturar mais de R$ 10 milhões em seu primeiro mês no mercado.
Esse movimento atingiu ainda outro nicho de criadores de conteúdo: as páginas de entretenimento e memes de plataformas como Instagram e Twitter. Hoje, além de compartilharem notícias sobre o mundo dos famosos, cultura pop e acontecimentos em geral, os responsáveis por grandes páginas da internet, como Gina Indelicada, Rainha Matos e Nana Rude, transcendem as personas criadas e se aproximam do público atuando ativamente em cobertura de eventos e festivais, além da participação em programas de televisão.
Está claro que o papel do "influenciador" digital não pode estar limitado apenas a uma bolha específica onde ele faça publis e mostre recebidos. É importante dar voz, visibilidade e oportunidade a novos criativos, para que eles possam apresentar negócios para o mercado, abraçando classes, comunidades e nichos que muitas marcas ainda não conseguem enxergar e alcançar sozinhas. A revolução dos "criadores" de conteúdo está só começando.
Amanda Amorim, diretora da Banca Digital
Leia anterior de O Espaço é Seu, "Não quero falar sobre inclusão e diversidade", por Tathiane Almeida, aqui.