O espaço é seu

Os jornais vão dizer que as agências "online" estão cada vez mais contratando as lideranças e os melhores "offline". Mas veja só - que do caralho - no final não é que a tal convergência aconteceu?

Quando passei pela DM9, vi a agência experimentar ao máximo. Olhando agora, um ano depois, não foi a convergência de processos e departamentos dentro das agências que acertou. Não foi misturar os jobs nem quebrar as paredes. Foi a convergência de pessoas e de cabeças.

Agora tudo parece fácil, mas vamos ser sinceros: o mercado tinha medo de trocar pessoas. Cada um do seu lado, com sua crença e com seu próprio medo. Medo do salário, de não ganhar prêmio, de não ser compreendido em um outro lugar. Ou mesmo de não conseguir colocar job na rua. Sei lá.

Fiquei animado quando vi o Wilsinho (Mateos) ir pra Cubo (aqui). Tanto pela coragem da Cubo quanto pela coragem dele. Isso é ser disruptivo. E quem ganha sou eu e você, que está aí na cadeira da sua agência. Fora ele, teve a ida do (Guilherme) Jahara para a F.biz (aqui), e a chegada da CP+B pelas mãos do André Kassu e Marcos Medeiros (aqui).

No ano da Copa, haja coração para este mercado que terminou 2013 sem muita esperança. As agências digitais morreram. As tradicionais também. E agora todo mundo está se misturando para se reinventar. Que se misture e se arrisque ainda mais.

Se não der certo, teremos uma certeza – a culpa é do modelo do mercado brasileiro voltado à compra de mídia. Porque não teria outra explicação. Já tentamos de tudo.

Mas aí outra tendência pode se reforçar: profissionais saindo loucamente das agências para fazer seus próprios processos e projetos. Na dúvida, já estou levantando o meu, mesmo confiante aqui na R/GA, sabendo que estou fazendo a minha parte neste momento.

E agora que não existe mais lado (e novamente não estou falando de paredes), o que você vai escolher?

Vai seguir pessoas ou seguir processos?

 

Por Bruno Tozzini - Diretor de Criação Associado na R/GA – SP

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