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Animação, aprendizado e crachás (Faga Melo)
Ano de 2018: meu primeiro contato com o Spark Animation.
De lá para cá, a cada edição, minha admiração pelo festival aumentou significativamente. O respeito que o Canadá conquistou ao longo dos anos na indústria da animação - um país com estúdios, escolas e profissionais de extrema excelência - é de chamar atenção. Não é à toa que o país criou e sedia o Spark Animation, um evento que, em todas as edições, traz nomes de peso mundial para suas telas e painéis.
Neste ano, participei da semana de abertura e percebi o crescimento da sua relevância. O festival contou com exibições de filmes como "Spellbound", linda animação 3D da diretora vencedora do Oscar, Vicky Jenson; "Wallace & Gromit: Vengeance Most Fowl?", stop-motion no clássico estilo do renomado Nick Park; Bottle George, também em stop-motion, do diretor indicado ao Oscar, Dice Tsutsumi, fundador do estúdio Tonko House; e uma infinidade de outros trabalhos incríveis.
Todos os dias, ao cair da noite, há um brinde. O Spark traz momentos especiais e muito aguardados, como as premiações e a mostra de curtas, mantendo seu DNA de destacar filmes ricos, não apenas pela excelência técnica, mas também por abordarem causas nobres, empoderamento e questões de minorias.
E o mais legal foi ver trabalhos brasileiros sendo exibidos, como os da LightFarm e da Zombie Studio, na telona, lado a lado com nomes internacionalmente reconhecidos. Sim, meus amigos, o Brasil está entre os melhores do mundo.
Com essa pluralidade de filmes, ficou evidente mais uma vez a força e o crescimento desse mercado, com a evolução não apenas nas narrativas, mas também nas técnicas.
Minha relação com o Spark Animation foi sempre muito positiva, seja como espectador ou com algum filme sendo exibido na mostra. Porém, este ano foi diferente: entrei com o crachá de “speaker” e falei sobre “Animation Choices: Matching Story With Style”, um tema que, ao longo da minha carreira, sempre encarei como um grande desafio, especialmente no trabalho com todos os artistas da Dirty Work. O processo de escolher o estilo certo para cada história não é exclusividade do nosso estúdio. Segundo a organização do festival, este painel foi o primeiro a ter os ingressos esgotados — e olha que na programação havia palestras como o making of de "House of the Dragon" e "Watchmen – Chapter I".
Isso demonstra a ânsia que temos, como artistas, de entender o que nossas narrativas necessitam — ou, melhor, merecem. Afinal, uma produção audiovisual, seja ela de animação ou não, é sempre desafiadora.
Tive essa certeza ao ver a timeline gigante do projeto de edição de "Divertidamente 2", exibida pela editora Maurissa Horwitz, no qual ela detalha o passo a passo de como foi organizar aquela imensidão de cenas com um timing perfeito para a história.
Enfim, minha conclusão é que a troca de experiências é sempre enriquecedora entre amigos e colegas de profissão. Se você é apaixonado por animação e quer ou pretende trabalhar com ela, coloque na sua lista de objetivos para 2025: "Ir ao Spark Animation".
Faga Melo, diretor da Dirty Work
Leia texto anterior da seção "O Espaço é Seu", aqui.