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Mentor Muniz Neto e os 6 primeiros meses da Spinoff Digital
Especializada em uma área pouco ou quase nada explorada, a Spinoff Digital pode ser chamada de agência, mas sua atuação extrapola o que se conhece usualmente no mercado de comunicação. Daí porque seu fundador e CEO, Mentor Muniz Neto, recebeu como sugestão de um cliente que apresentasse seu novo negócio como “oficina de data”. O que ela faz? Data driven activation. Em outras palavras, desenvolve projetos de ativação ou de promoção digital orientados por dados. No mercado, Neto assegura que não há concorrentes.
De fato. O foco da Spinoff está no consumidor sensível a promoções. Mas para explicar melhor o funcionamento da empresa, que abriu suas portas em fevereiro, é importante resgatar a história de seu criador. Neto se dedicou por cerca de três décadas à Bullet, empresa da qual se desligou em janeiro. Há dois anos, vinha percebendo que o modelo de negócio já não estava mais legal para ele. “Tinha muita concorrência. Estava difícil. Cerca de 80% do nosso trabalho estava em concorrência”, disse.
Mas ele notou que, em meio a tantos processos e projetos, uma parte do que se fazia para o cliente não era absorvido: exatamente os dados coletados a partir da ação. “A gente fazia promoção com dois milhões de consumidores. O cliente não ligava para isso. Vinha outro projeto e começávamos tudo de novo, do zero”, contou. A partir dessa observação, Neto resolveu dar mais atenção às informações coletadas. “Negociei um opt-in dos dados do consumidor e montei uma base, que eu colocava à disposição do cliente”.
A base é constituída por 2,5 milhões de consumidores que já participaram de variadas promoções e têm interesse nessas ações. Essas características são fundamentais. Segundo Neto, esse perfil engaja entre 50% e 60% mais do que o consumidor demográfico.
Agora a história é outra. Os clientes da Spinoff têm muito interesse em dados sobre esse perfil de consumidor para poder concretizar mais vendas. A busca por esse tipo de informação está impulsionando o crescimento da "oficina de data". Com os trabalhos desenvolvidos em cinco meses de atuação, a empresa já superou a meta do ano, afirmou o CEO.
Contas
Low profile, a Spinoff mantém sigilo sobre algumas companhias atendidas, entre elas uma rede de atacado. Isso porque há projetos elaborados com boa antecedência ou que são estratégicos. Há ainda projetos feitos em parceria com agências de publicidade. Mas ele informa dois novos clientes: Quinto Andar, plataforma digital de moradia, e a construtora e incorporadora Plano & Plano. No caso do primeiro, a oficina irá preparar uma nova plataforma de endomarketing.
Já para a Plano & Plano irá fazer a gestão de processo de inbound marketing e funil de leads. Ela executará o redesenho, a automação e a otimização do fluxo de CRM. E fará a melhoria de segmentação e aquisição de clientes, revisão de personas da marca, produção de conteúdos / nutrição ao longo do funil de venda, e resgate de clientes descartados.
"Temos como prioridade o relacionamento com o cliente e, por isso, seguimos investindo em planejamento e tecnologia para estarmos cada vez mais próximos e atendendo às reais necessidades. O trabalho estratégico da Spinoff trará grandes resultados para nossa empresa", aposta Rodrigo Luna, presidente do conselho de administração da Plano & Plano.
Atuação
A Spinoff defende que promo e ativação, somadas à inteligência de data, aceleram as vendas em até 40%. Para as marcas que quiserem adentrar nesse mundo, há três modelos básicos de atuação: receber uma campanha promocional pronta e fazer um plug-in de dados; desenvolver um projeto do zero, com campanha criativa e ativação data driven; e ativação feita apenas com a base de consumidores da Spinoff (via CMS ou WhatsApp, por exemplo). Os dois primeiros envolvem mídia.
A oficina tem 15 funcionários e trabalha de forma remota. Reuniões físicas até hoje não foram feitas. Não existe uma sede, mas ela pode ser inaugurada já que a adoção de um modelo híbrido de trabalho é possível (porém, isso só será definido em janeiro de 2022).
Com humor, Neto avaliou que a equipe está dividida entre criativos e planejadores (40%) e nerds (60%). Entre eles estão Jarbas Agnelli, vice-presidente de multimídia, e Luli Gutierrez, vice-presidente de criação – confira alguns dos integrantes do time nas fotos acima.
Dependendo do projeto, porém, a estrutura pode ser reforçada por colaboradores. De acordo com ele, embora as companhias estejam dando mais foco para dados, é comum que as informações coletadas apresentem muitas lacunas, o que aumenta a complexidade de projetos.
Outro ponto importante é que o mercado ainda sofre com alguns tabus. LGPD, Cambridge Analytics, Mark Zuckerberg confrontado nos EUA, tudo isso pode gerar receio em anunciantes em mexer com dados. Por isso, desde o princípio a Spinoff conta com a assessoria jurídica de um especialista em leis de proteção de dados. “Tomamos muito cuidado com isso. A gente ajuda a mostrar para a empresa, de forma didática, que a LGPD não é um dragão”, finaliza Neto.